terça-feira, 21 de setembro de 2010

Para Que a Nossa Alegria Seja Completa (1Jo 1.1-4)

INTRODUÇÃO
A Revista Galileu de Setembro de 2010 traz uma matéria muito interessante, com o seguinte título: ´Quanto Custa Ser Feliz´. A matéria é sobre a relação entre dinheiro e felicidade, de acordo com algumas pesquisas recentes. A matéria traz algumas informações interessantes: a) Milionários não são mais felizes que a média da população; b) Analisando dois grupos de pessoas, sendo um formado por pessoas que ganharam na loteria e outro por pessoas que ficaram paralíticas, depois de um ano o nível de felicidade dos dois grupos é praticamente a mesma; c) Se a pessoa tiver dinheiro para comprar o que quiser, terá menos prazer com o que compra.
Mas por que as coisas são assim? Há séculos a Bíblia tem ensinado o caminho de uma vida cheia de fé, amor, alegria e justiça, mas não são muitos os que andam no caminho de Deus. Gostaríamos de refletir sobre este tema: como alcançar a alegria completa?

1. O que traz felicidade não são coisas, são relacionamentos saudáveis (v. 3)
A alegria que o dinheiro traz (carro novo, casa, viagem dos sonhos, roupas caras, etc.) dura muito pouco. Devemos direcionar nossa energia, tempo e recursos no investimento em relacionamentos melhores. Pessoas com muito dinheiro e nenhum relacionamento saudável são infelizes. Comprar roupas novas, encher várias sacolas no shopping, são coisas que trazem alguma alegria, mas é tão pequena e dura tão pouco! É por isso que milionários não são mais felizes que a média da população. O texto bíblico afirma o seguinte: ´para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo´ (v. 3b). Uma relação saudável com Deus e com o próximo é a verdadeira fonte de felicidade! A Bíblia nos ensina que a nossa alegria não deve estar baseada nas coisas, mas em Deus (Fl 4.4).
O livro de Provérbios também traz um ensino muito importante neste sentido: ´Melhor é um prato de hortaliças onde há amor do que o boi cevado
e, com ele, o ódio´ (Pv 15.17). Um relacionamento baseado no amor vale mais que ouro e prata. Amor não se compra. Amor não se vende. E Deus provou o seu amor por nós em Cristo (Rm 5.8). Comunhão com Deus e com o próximo é fonte de grande alegria, muito maior que a alegria trazida pelas coisas.

2. O que traz felicidade é a dedicação àquilo que tem significado real (v. 3a).
A felicidade está em investir tempo, energia e recursos em coisas que tem um significado real. Ninguém tem vida plena vivendo de qualquer jeito, vivendo sem um propósito. Precisamos nos dedicar a causas que tem um significado real, que são importantes, que promovem a comunhão, a restauração, a paz! E nós, como filhos e filhas de Deus, somos privilegiados, pois nós temos pelo que lutar: pelo Reino de Deus. É Deus, e não nós, quem realiza o Seu Reino. No entanto, na Sua graça e bondade, Ele nos dá o privilégio de podermos participar como seus servos no trabalho do Reino. É o que diz o texto bíblico: ´o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros ´ (v. 3a). Temos a missão de anunciar, de testemunhar o amor de Deus, que está em Cristo. Servir a Deus dá um significado à vida e colabora com uma vida mais alegre, mais feliz!

3. O que traz felicidade é aquilo que conquistamos (v. 3)
Relacionamentos saudáveis e serviço no Reino de Deus não são coisas fáceis de alcançar. É necessário dedicação, zelo, perseverança. Casamento dá trabalho. Educação de filhos dá trabalho. Gerar discípulos dá trabalho. A carreira dá trabalho. Tudo o que vale a pena na vida exige sacrifício; precisa ser alcançado! Geralmente não valorizamos o que conseguimos de graça. É por isso que a salvação não é de graça, mas é pela graça, pois foi conquistada com o mais elevado sacrifício: o de Cristo. ´Eu sei que foi pago um alto preço´!
Jesus já realizou o sacrifício para nosso perdão e salvação. No entanto, temos uma cota de sacrifício, de sofrimento, de dedicação, na caminhada cristã (Rm 12.1; Cl 1.24; Hb 13.15); sacrifício não pelos pecados, mas por uma vida cheia de graça, que responde posivitamente à graça de Deus.
Tudo o que vale a pena na vida exige sacrifício, dedicação. Quer ser feliz? Lute por aquilo que vale a pena. E nada vale mais a pena que o Reino de Deus!

CONCLUSÃO
A felicidade não está em coisas (esta é superficial e passageira). A verdadeira felicidade está em relacionamentos saudáveis com Deus e com o próximo, está em ter um propósito na vida e em lutar por aquilo que vale a pena. Por isso ser cristão é uma vida de sacrifício, mas cheia de amor, alegria e paz! Que Deus nos abençoe a todos, para que sejamos muito felizes, para a glória de Deus, orientados pela Sua Palavra e Seu Santo Espírito.



terça-feira, 11 de maio de 2010

A Face Materna de Deus


O que significa chamar a Deus de Pai? Se Deus é Pai, quem é a nossa mãe? Deus é macho ou fêmea? O estudo de hoje é uma reflexão sobre estas perguntas à luz da Bíblia.
Como falar sobre Deus? Ele é celestial, e nós, terrenos (cf. Jo 3.12). Se às vezes é difícil traduzir um texto de uma cultura para outra, imagine o que significa expressar a Deus com perfeição! Na verdade, Deus é tão grande que Ele não cabe nem na Bíblia. A Bíblia não nos diz TUDO sobre Deus, pois isso não seria possível nem mesmo com todos os livros do mundo, ou mesmo com o mundo cheio de livros sobre ele (Jo 21.25). Mas a Bíblia diz TUDO O QUE PRECISAMOS SABER sobre Deus. Ela é inspirada por Deus para que possamos conhecer o que podemos e o que precisamos. Quando Ele nos levar, passaremos a eternidade O conhecendo, cada vez mais, sem esgotá-lo! Por essas razões a Bíblia fala de Deus numa linguagem dinâmica, usando de comparações, símbolos e imagens. Calvino afirmava que quando Deus fala conosco, Ele acomoda a linguagem à nossa capacidade de entender, assim como uma mãe que se abaixa para falar com o filho, procurando traduzir o que fala em uma linguagem própria de criança.
A Bíblia usa muitas imagens, metáforas, símbolos e comparações para falar de Deus: Rocha (Sl 18.2), Escudo (Sl 3.3), Fogo Consumidor (Hb 12.29), Cordeiro (Jo 1.29), Cordeiro com sete chifres e sete olhos (Ap 5.6), Pomba (Lc 3.22), etc. Cada uma destas imagens tem por objetivo apresentar algum aspecto do caráter ou do poder de Deus, mas não querem dizer que Deus seja um mineral (Rocha), ou que Deus seja um artefato (escudo), ou que seja uma reação química (fogo consumidor), ou um aninal (cordeiro, pomba), ou mesmo um animal incrível (cordeiro com sete chifres e sete olhos). O mesmo acontece quando a Bíblia chama a Deus de Pai: é uma imagem para expressar o caráter de Deus, bem como nossa relação com Ele. Mas a palavra "Pai", por melhor que seja, não esgota Deus. É o que veremos abaixo.

1) IMAGENS MATERNAIS DE DEUS NA BÍBLIA
         A Bíblia fala de Deus em linguagem não apenas paternal, mas também maternal, pois nos ensina que Deus tem traços maternais. Isso significa que Ele é mais que pai, e mais que mãe. Alguns exemplos:
a) Deus como mãe que se compadece dos filhos (Is 49.15);
b) Deus como mãe que consola (Is 66.13);
c) Como Aquele que gera filhos (Dt 32.18; Jo 3.8; 1Jo 3.9; 1Jo 4.7; Tg 1.18, etc.);
d) O amor maternal de Jesus (Mt 23.37);
e) Deus é melhor que os pais ou que as mães (Sl 27.10);
f) O Espírito (Ruah): palavra hebraica no feminino.
Estes são apenas alguns exemplos. Muitos outros exemplos de linguagem maternal para Deus na Bíblia poderiam ser citados  .

2) DEUS E O SER HUMANO NA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
         Ao falar de Deus e do ser humano na criação, na redenção e na consumação dos séculos, a Bíblia nos dá pistas muito importantes sobre a pergunta "Deus é machou ou fêmea?".
a) Criação (Gn 1.26-27). Quem foi criado à imagem e semelhança de Deus, o macho ou a fêmea? Não foi apenas o macho que foi criado à imagem e semelhança de Deus, mas a fêmea também! "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou". No início do verso, a palavra ´homem´ significa "humanidade", o que fica claro no final do verso, quando "homem", ao lado de "mulher", significa "macho". Tanto o macho quanto a fêmea são criados a imagem e semelhança de Deus! A pluralidade que há na trindade é expressa na pluralidade humana que há entre homem e mulher.
b) Redenção (At 10; At 16.31-33; Gl 3.28). No Reino inaugurado por Cristo não há distinção entre homens e mulheres (Gl 3.28), pois todos tem a mesma dignidade em Cristo. O homem não é nem mais e nem menos que a mulher. Isso fica claro no sinal da aliança: enquanto apenas o macho recebia o sinal da entrada na aliança no Antigo Testamento, na Nova Aliança o sinal não é recebido apenas pelo homem, mas também pela mulher (At 10; At 16.31-33).
c) Consumação (Mc 12.18-27). Jesus afirma que, na consumação dos séculos, ou seja, "no céu", seremos como os anjos de Deus, que não são divididos entre machos e fêmeas, pois não há anjo macho ou anjo fêmea.

3) CURIOSIDADE: O CASO DO EVANGELHO DE TOMÉ (APÓCRIFO)
Recentemente, os chamados Evangelhos Apócrifos tem chamado muito a atenção da mídia. Muita gente acusa a Bíblia cristã de muita coisa, inclusive de sexismo, e por isso alguns defendem os livros apócrifos do Novo Testamento, como o Evangelho de Tomé, o Evangelho de Maria Madalena, deveriam ter sido incluídos no cânon (lista de livros sagrados) da Bíblia. Os dois apócrifos citados tem sido alvo, inclusive, peças importantes na trama de livros e filmes, como filme "O Stigmata" (1999) e o livro-filme "O Código da Vinci", de Dan Brown (2003 - livro - e 2006 - filme). No entanto, gostaria de citar uma passagem importante do Evangelho de Tomé, que encerra o livro:

"Simão Pedro disse a eles: "Maria deveria deixar-nos, pois as mulheres não são dignas da vida". Jesus disse: "Eu a guiarei para fazer dela homem, de modo que também ela possa tornar-se um espírito vivo
semelhante a vocês homens. Pois toda mulher que se torna homem entrará no reino do céu" (Evangelho de Tomé, verso 114).

O Evangelho de Tomé é um texto gnóstico, e a gnose de então costumava encarar o ser humano no dualismo carne (feminino) e espírito (masculino) - ou seja, a mulher está numa situação de inferioridade em relação ao homem. O Novo Testamento, ao contrário do Evangelho de Tomé, afirma que, em Cristo, homens e mulheres tem a mesma dignidade hoje (Gl 3.28) e no porvir (Mc 12.18-27)

CONCLUSÕES.
a) Tanto o homem quanto a mulher são criados à imagem e semelhança de Deus;
b) Em Cristo caem das barreiras que separam as pessoas, e a dignidade, tanto de homens quanto de mulheres, é resgatada;
c) "Nos céus" não haverá distinção entre homens e mulheres. Nem haverá homens e mulheres! Portanto, Deus não é macho e Deus não é fêmea. Ele está acima da relação de gênero (ser macho ou ser fêmea).
 Portanto,

DEUS É MAIS QUE PAI. DEUS É MAIS QUE MÃE. DEUS É DEUS!

A Face Materna de Deus

O que significa chamar a Deus de Pai? Se Deus é Pai, quem é a nossa mãe? Deus é macho ou fêmea? O estudo de hoje é uma reflexão sobre estas perguntas à luz da Bíblia.
Como falar sobre Deus? Ele é celestial, e nós, terrenos (cf. Jo 3.12). Se às vezes é difícil traduzir um texto de uma cultura para outra, imagine o que significa expressar a Deus com perfeição! Na verdade, Deus é tão grande que Ele não cabe nem na Bíblia. A Bíblia não nos diz TUDO sobre Deus, pois isso não seria possível nem mesmo com todos os livros do mundo, ou mesmo com o mundo cheio de livros sobre ele (Jo 21.25). Mas a Bíblia diz TUDO O QUE PRECISAMOS SABER sobre Deus. Ela é inspirada por Deus para que possamos conhecer o que podemos e o que precisamos. Quando Ele nos levar, passaremos a eternidade O conhecendo, cada vez mais, sem esgotá-lo! Por essas razões a Bíblia fala de Deus numa linguagem dinâmica, usando de comparações, símbolos e imagens. Calvino afirmava que quando Deus fala conosco, Ele acomoda a linguagem à nossa capacidade de entender, assim como uma mãe que se abaixa para falar com o filho, procurando traduzir o que fala em uma linguagem própria de criança.
A Bíblia usa muitas imagens, metáforas, símbolos e comparações para falar de Deus: Rocha (Sl 18.2), Escudo (Sl 3.3), Fogo Consumidor (Hb 12.29), Cordeiro (Jo 1.29), Cordeiro com sete chifres e sete olhos (Ap 5.6), Pomba (Lc 3.22), etc. Cada uma destas imagens tem por objetivo apresentar algum aspecto do caráter ou do poder de Deus, mas não querem dizer que Deus seja um mineral (Rocha), ou que Deus seja um artefato (escudo), ou que seja uma reação química (fogo consumidor), ou um aninal (cordeiro, pomba), ou mesmo um animal incrível (cordeiro com sete chifres e sete olhos). O mesmo acontece quando a Bíblia chama a Deus de Pai: é uma imagem para expressar o caráter de Deus, bem como nossa relação com Ele. Mas a palavra "Pai", por melhor que seja, não esgota Deus. É o que veremos abaixo.

1) IMAGENS MATERNAIS DE DEUS NA BÍBLIA
         A Bíblia fala de Deus em linguagem não apenas paternal, mas também maternal, pois nos ensina que Deus tem traços maternais. Isso significa que Ele é mais que pai, e mais que mãe. Alguns exemplos:
a) Deus como mãe que se compadece dos filhos (Is 49.15);
b) Deus como mãe que consola (Is 66.13);
c) Como Aquele que gera filhos (Dt 32.18; Jo 3.8; 1Jo 3.9; 1Jo 4.7; Tg 1.18, etc.);
d) O amor maternal de Jesus (Mt 23.37);
e) Deus é melhor que os pais ou que as mães (Sl 27.10);
f) O Espírito (Ruah): palavra hebraica no feminino.
Estes são apenas alguns exemplos. Muitos outros exemplos de linguagem maternal para Deus na Bíblia poderiam ser citados  .

2) DEUS E O SER HUMANO NA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
         Ao falar de Deus e do ser humano na criação, na redenção e na consumação dos séculos, a Bíblia nos dá pistas muito importantes sobre a pergunta "Deus é machou ou fêmea?".
a) Criação (Gn 1.26-27). Quem foi criado à imagem e semelhança de Deus, o macho ou a fêmea? Não foi apenas o macho que foi criado à imagem e semelhança de Deus, mas a fêmea também! "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou". No início do verso, a palavra ´homem´ significa "humanidade", o que fica claro no final do verso, quando "homem", ao lado de "mulher", significa "macho". Tanto o macho quanto a fêmea são criados a imagem e semelhança de Deus! A pluralidade que há na trindade é expressa na pluralidade humana que há entre homem e mulher.
b) Redenção (At 10; At 16.31-33; Gl 3.28). No Reino inaugurado por Cristo não há distinção entre homens e mulheres (Gl 3.28), pois todos tem a mesma dignidade em Cristo. O homem não é nem mais e nem menos que a mulher. Isso fica claro no sinal da aliança: enquanto apenas o macho recebia o sinal da entrada na aliança no Antigo Testamento, na Nova Aliança o sinal não é recebido apenas pelo homem, mas também pela mulher (At 10; At 16.31-33).
c) Consumação (Mc 12.18-27). Jesus afirma que, na consumação dos séculos, ou seja, "no céu", seremos como os anjos de Deus, que não são divididos entre machos e fêmeas, pois não há anjo macho ou anjo fêmea.

3) CURIOSIDADE: O CASO DO EVANGELHO DE TOMÉ (APÓCRIFO)
Recentemente, os chamados Evangelhos Apócrifos tem chamado muito a atenção da mídia. Muita gente acusa a Bíblia cristã de muita coisa, inclusive de sexismo, e por isso alguns defendem os livros apócrifos do Novo Testamento, como o Evangelho de Tomé, o Evangelho de Maria Madalena, deveriam ter sido incluídos no cânon (lista de livros sagrados) da Bíblia. Os dois apócrifos citados tem sido alvo, inclusive, peças importantes na trama de livros e filmes, como filme "O Stigmata" (1999) e o livro-filme "O Código da Vinci", de Dan Brown (2003 - livro - e 2006 - filme). No entanto, gostaria de citar uma passagem importante do Evangelho de Tomé, que encerra o livro:

"Simão Pedro disse a eles: "Maria deveria deixar-nos, pois as mulheres não são dignas da vida". Jesus disse: "Eu a guiarei para fazer dela homem, de modo que também ela possa tornar-se um espírito vivo
semelhante a vocês homens. Pois toda mulher que se torna homem entrará no reino do céu" (Evangelho de Tomé, verso 114).

O Evangelho de Tomé é um texto gnóstico, e a gnose de então costumava encarar o ser humano no dualismo carne (feminino) e espírito (masculino) - ou seja, a mulher está numa situação de inferioridade em relação ao homem. O Novo Testamento, ao contrário do Evangelho de Tomé, afirma que, em Cristo, homens e mulheres tem a mesma dignidade hoje (Gl 3.28) e no porvir (Mc 12.18-27)

CONCLUSÕES.
a) Tanto o homem quanto a mulher são criados à imagem e semelhança de Deus;
b) Em Cristo caem das barreiras que separam as pessoas, e a dignidade, tanto de homens quanto de mulheres, é resgatada;
c) "Nos céus" não haverá distinção entre homens e mulheres. Nem haverá homens e mulheres! Portanto, Deus não é macho e Deus não é fêmea. Ele está acima da relação de gênero (ser macho ou ser fêmea).
 Portanto,

DEUS É MAIS QUE PAI. DEUS É MAIS QUE MÃE. DEUS É DEUS!

A Face Materna de Deus

O que significa chamar a Deus de Pai? Se Deus é Pai, quem é a nossa mãe? Deus é macho ou fêmea? O estudo de hoje é uma reflexão sobre estas perguntas à luz da Bíblia.
Como falar sobre Deus? Ele é celestial, e nós, terrenos (cf. Jo 3.12). Se às vezes é difícil traduzir um texto de uma cultura para outra, imagine o que significa expressar a Deus com perfeição! Na verdade, Deus é tão grande que Ele não cabe nem na Bíblia. A Bíblia não nos diz TUDO sobre Deus, pois isso não seria possível nem mesmo com todos os livros do mundo, ou mesmo com o mundo cheio de livros sobre ele (Jo 21.25). Mas a Bíblia diz TUDO O QUE PRECISAMOS SABER sobre Deus. Ela é inspirada por Deus para que possamos conhecer o que podemos e o que precisamos. Quando Ele nos levar, passaremos a eternidade O conhecendo, cada vez mais, sem esgotá-lo! Por essas razões a Bíblia fala de Deus numa linguagem dinâmica, usando de comparações, símbolos e imagens. Calvino afirmava que quando Deus fala conosco, Ele acomoda a linguagem à nossa capacidade de entender, assim como uma mãe que se abaixa para falar com o filho, procurando traduzir o que fala em uma linguagem própria de criança.
A Bíblia usa muitas imagens, metáforas, símbolos e comparações para falar de Deus: Rocha (Sl 18.2), Escudo (Sl 3.3), Fogo Consumidor (Hb 12.29), Cordeiro (Jo 1.29), Cordeiro com sete chifres e sete olhos (Ap 5.6), Pomba (Lc 3.22), etc. Cada uma destas imagens tem por objetivo apresentar algum aspecto do caráter ou do poder de Deus, mas não querem dizer que Deus seja um mineral (Rocha), ou que Deus seja um artefato (escudo), ou que seja uma reação química (fogo consumidor), ou um aninal (cordeiro, pomba), ou mesmo um animal incrível (cordeiro com sete chifres e sete olhos). O mesmo acontece quando a Bíblia chama a Deus de Pai: é uma imagem para expressar o caráter de Deus, bem como nossa relação com Ele. Mas a palavra "Pai", por melhor que seja, não esgota Deus. É o que veremos abaixo.

1) IMAGENS MATERNAIS DE DEUS NA BÍBLIA
         A Bíblia fala de Deus em linguagem não apenas paternal, mas também maternal, pois nos ensina que Deus tem traços maternais. Isso significa que Ele é mais que pai, e mais que mãe. Alguns exemplos:
a) Deus como mãe que se compadece dos filhos (Is 49.15);
b) Deus como mãe que consola (Is 66.13);
c) Como Aquele que gera filhos (Dt 32.18; Jo 3.8; 1Jo 3.9; 1Jo 4.7; Tg 1.18, etc.);
d) O amor maternal de Jesus (Mt 23.37);
e) Deus é melhor que os pais ou que as mães (Sl 27.10);
f) O Espírito (Ruah): palavra hebraica no feminino.
Estes são apenas alguns exemplos. Muitos outros exemplos de linguagem maternal para Deus na Bíblia poderiam ser citados  .

2) DEUS E O SER HUMANO NA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
         Ao falar de Deus e do ser humano na criação, na redenção e na consumação dos séculos, a Bíblia nos dá pistas muito importantes sobre a pergunta "Deus é machou ou fêmea?".
a) Criação (Gn 1.26-27). Quem foi criado à imagem e semelhança de Deus, o macho ou a fêmea? Não foi apenas o macho que foi criado à imagem e semelhança de Deus, mas a fêmea também! "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou". No início do verso, a palavra ´homem´ significa "humanidade", o que fica claro no final do verso, quando "homem", ao lado de "mulher", significa "macho". Tanto o macho quanto a fêmea são criados a imagem e semelhança de Deus! A pluralidade que há na trindade é expressa na pluralidade humana que há entre homem e mulher.
b) Redenção (At 10; At 16.31-33; Gl 3.28). No Reino inaugurado por Cristo não há distinção entre homens e mulheres (Gl 3.28), pois todos tem a mesma dignidade em Cristo. O homem não é nem mais e nem menos que a mulher. Isso fica claro no sinal da aliança: enquanto apenas o macho recebia o sinal da entrada na aliança no Antigo Testamento, na Nova Aliança o sinal não é recebido apenas pelo homem, mas também pela mulher (At 10; At 16.31-33).
c) Consumação (Mc 12.18-27). Jesus afirma que, na consumação dos séculos, ou seja, "no céu", seremos como os anjos de Deus, que não são divididos entre machos e fêmeas, pois não há anjo macho ou anjo fêmea.

CONCLUSÕES.
a) Tanto o homem quanto a mulher são criados à imagem e semelhança de Deus;
b) Em Cristo caem das barreiras que separam as pessoas, e a dignidade, tanto de homens quanto de mulheres, é resgatada;
c) "Nos céus" não haverá distinção entre homens e mulheres. Nem haverá homens e mulheres! Portanto, Deus não é macho e Deus não é fêmea. Ele está acima da relação de gênero (ser macho ou ser fêmea).
 Portanto,

DEUS É MAIS QUE PAI. DEUS É MAIS QUE MÃE. DEUS É DEUS!

sábado, 6 de março de 2010

Eleição como Salvação, Privilégio e Responsabilidade (Am 3.1-2)


Texto Bíblico:
1 Ouvi a palavra que o SENHOR 
fala contra vós outros, filhos de Israel,
contra toda a família 
que ele fez subir da terra do Egito, dizendo: 
2 De todas as famílias da terra, 
somente a vós outros vos escolhi;
portanto, eu vos punirei por todas as vossas iniqüidades.

Introdução
            Certa vez ouvi alguém dizer mais ou menos o seguinte: "O que você entende por eleição? A compreensão correta da doutrina da eleição é muito importante, pois quando estou na gandaia, é ela que me traz segurança, pois sou um eleito de Deus". Infelizmente algumas pessoas pensam que a doutrina bíblica da eleição é a doutrina bíblica da legitimação da safadeza, da injustiça e do pecado sem arrependimento! Em outra ocasião ouvi alguém dizer mais ou menos o seguinte: "Para que evangelizar? Segundo a Palavra de Deus os eleitos já estão eleitos, independente do meu esforço próprio; portanto, eu não evangelizo porque não preciso evangelizar!". Infelizmente outras pessoas pensam que a doutrina da eleição é a doutrina da preguiça física e mental! Mas ela é exatamente o contrário!
            A doutrina bíblica da eleição não dá margem para a atitude de nenhum dos discursos exemplificados acima. Não é doutrina de vagabundos e de preguiçosos, de pecadores inveterados e de religiosos sem amor. A eleição afirma que a fonte da salvação é Deus e não o ser humano, mas ao mesmo tempo afirma que o ser humano que é alvo da eleição deve responder à graça da qual participa. Mas antes de continuar, vamos ouvir a voz do profeta Amós.

1) Eleição é salvação (v. 1b)
            O v. 1b fala sobre "toda a família que ele (o SENHOR) fez subir da terra do Egito". Esta é uma clara referência ao Êxodo, apresentado aqui como o evento fundador de Israel. O Êxodo é muito importante para a história de Israel, bem como à compreensão bíblica da eleição, por várias razões.
a) É no contexto do Êxodo que o SENHOR revela o Seu Nome à Moisés;
b) É no contexto do Êxodo que o SENHOR entrega sua Lei a Moisés.
c) O Êxodo é o grande evento de salvação do AT. O grande modelo de salvação, ou mesmo o evento mais importante de salvação no AT, é, segundo o próprio AT, o Êxodo. Nele o SENHOR liberta os hebreus da escravidão do Egito, e os conduz à Terra Prometida, formando a partir de então uma grande nação. O Êxodo nos ensina que o sentido básico de salvação na Bíblia é o de libertação.
            Portanto, o v. 1 fala de eleição, e apresenta a eleição como libertação. Na Nova Aliança, Cristo nos liberta da culpa do pecado, nos liberta progressivamente do poder do pecado e, na consumação, nos libertará da existência do pecado, através não apenas do próprio exemplo de vida sem pecado, mas especialmente pelo seu amor e poder na sua encarnação, vida, morte e ressurreição. É motivo de grande alegria ser um eleito de Deus!

2) Eleição é um privilégio (v. 2a)
            Além de salvação, a eleição também é um grande privilégio. Segundo cremos, as Escrituras, consideradas como um todo, não dão razão à doutrina do universalismo, segundo o qual Deus, por ser bom, no fim das contas traz salvação à todos, indistintamente. O universalismo afirma mais ou menos o seguinte: homens e mulheres que pecaram podem alcançar a salvação, mesmo sem arrependimento. Vamos pensar num exemplo: Adolf Hitler. Foi o principal responsável pela morte de milhões de pessoas (judeus, deficientes físicos e mentais, homossexuais, etc.). Só de judeus foram cerca de 6 milhões! Como imaginar que alguém assim, que não se arrependeu de seus pecados e não caiu de joelhos aos pés da cruz, possa alcançar a salvação? Na verdade, segundo o Novo Testamento, nem mesmo um homem religioso e correto como Nicodemos pode pensar em salvação sem nascer da água e do Espírito (ou seja, sem a fé em Cristo e o batismo, no qual confessamos publicamente nossa fé em Cristo).
            O SENHOR, através de Amós, afirma que Israel fora eleito entre as nações. No Novo Testamento há uma diferenciação entre a Igreja de Cristo e o aqueles que vivem sem a graça de Deus. De fato, a eleição é um grande privilégio!

3) Eleição é uma grande responsabilidade (v. 2b)
            Aqui Amós faz uma afirmação impressionante e inesperada! O "portanto" do v. 2b liga os dois pontos anteriores à conclusão do texto, concluindo o seguinte: "Israel, você será punido pelas suas iniqüidades PORQUE você é eleito do SENHOR"!!! Este é o ponto alto do texto!
            Israel confiava na eleição, e encontrava na eleição grande segurança, apesar de viver na injustiça, na opressão, na violência, na idolatria, na maldade. Amós afirma, então, o seguinte: "Não, Israel, não espere o Dia do Senhor, pois é dia de trevas, e não de luz (Am 5.18,20), pois você não tem vivido DE ACORDO COM A ELEIÇÃO!".
            Amós ensina que a eleição é uma grande responsabilidade! Aquele que se considera um eleito de Deus deve andar de acordo com a justiça do Reino de Deus! Em outras palavras, a eleição exige de nós uma resposta. E isso não significa reduzir a doutrina da eleição ao legalismo, mas pelo contrário: é apenas a eleição que confirma a nossa liberdade!
            A graça de Deus na qual somos eleitos, perdoados, enfim, salvos, é a mesma graça que renova as nossas vidas, que quebra em nós todas as cadeias e grilhões (não apenas os exteriores, mas também os grilhões mais íntimos do coração). Por isso a eleição é uma grande responsabilidade, pois temos que responder à salvação de Deus através de uma justiça muito superior à dos escribas e fariseus (apenas externa)! É como afirma um dos textos clássicos acerca da graça de Deus: 

"Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" (Efésios 2.8-10). 

           Em outras palavras, a salvação dos eleitos é dom da graça de Deus e não resultado de obras humanas. No entanto, a graça de Deus derramada sobre nós para a salvação nos transforma, nos torna nova criação, ou nova criatura. Esta transformação interior deve se refletir exteriormente através de uma vida de justiça e santidade, nos conduzindo para as boas obras, as quais Deus de antemão (eleição) nos preparou para que andássemos nelas! Em outras palavras, todo aquele que é alcançado pela graça de Deus deve, necessariamente, se transformar num agente de salvação.

Conclusão
            A eleição é salvação e privilégio, mas é, ao mesmo tempo, uma grande responsabilidade. Os eleitos de Deus não estão isentos de uma vida de justiça, santidade e paz, mas muito pelo contrário: esse é o dever de todos os santos! O salvo deve se tornar um agente de salvação!
            Que Deus nos ajude, pela sua graça, a viver de acordo com a justiça do Reino de Deus, não na nossa própria força, mas pelo poder da vida de Cristo, nosso Senhor que ressuscitou dentre os mortos e nos chama à uma nova vida, em graça e verdade!

Eleição como Salvação, Privilégio e Responsabilidade (Am 3.1-2)

Texto Bíblico:
1 Ouvi a palavra que o SENHOR 
fala contra vós outros, filhos de Israel,
contra toda a família 
que ele fez subir da terra do Egito, dizendo: 
2 De todas as famílias da terra, 
somente a vós outros vos escolhi;
portanto, eu vos punirei por todas as vossas iniqüidades.

Introdução
            Certa vez ouvi alguém dizer mais ou menos o seguinte: "O que você entende por eleição? A compreensão correta da doutrina da eleição é muito importante, pois quando estou na gandaia, é ela que me traz segurança, pois sou um eleito de Deus". Infelizmente algumas pessoas pensam que a doutrina bíblica da eleição é a doutrina bíblica da legitimação da safadeza, da injustiça e do pecado sem arrependimento! Em outra ocasião ouvi alguém dizer mais ou menos o seguinte: "Para que evangelizar? Segundo a Palavra de Deus os eleitos já estão eleitos, independente do meu esforço próprio; portanto, eu não evangelizo porque não preciso evangelizar!". Infelizmente outras pessoas pensam que a doutrina da eleição é a doutrina da preguiça física e mental! Mas ela é exatamente o contrário!
            A doutrina bíblica da eleição não dá margem para a atitude de nenhum dos discursos exemplificados acima. Não é doutrina de vagabundos e de preguiçosos, de pecadores inveterados e de religiosos sem amor. A eleição afirma que a fonte da salvação é Deus e não o ser humano, mas ao mesmo tempo afirma que o ser humano que é alvo da eleição deve responder à graça da qual participa. Mas antes de continuar, vamos ouvir a voz do profeta Amós.

1) Eleição é salvação (v. 1b)
            O v. 1b fala sobre "toda a família que ele (o SENHOR) fez subir da terra do Egito". Esta é uma clara referência ao Êxodo, apresentado aqui como o evento fundador de Israel. O Êxodo é muito importante para a história de Israel, bem como à compreensão bíblica da eleição, por várias razões.
a) É no contexto do Êxodo que o SENHOR revela o Seu Nome à Moisés;
b) É no contexto do Êxodo que o SENHOR entrega sua Lei a Moisés.
c) O Êxodo é o grande evento de salvação do AT. O grande modelo de salvação, ou mesmo o evento mais importante de salvação no AT, é, segundo o próprio AT, o Êxodo. Nele o SENHOR liberta os hebreus da escravidão do Egito, e os conduz à Terra Prometida, formando a partir de então uma grande nação. O Êxodo nos ensina que o sentido básico de salvação na Bíblia é o de libertação.
            Portanto, o v. 1 fala de eleição, e apresenta a eleição como libertação. Na Nova Aliança, Cristo nos liberta da culpa do pecado, nos liberta progressivamente do poder do pecado e, na consumação, nos libertará da existência do pecado, através não apenas do próprio exemplo de vida sem pecado, mas especialmente pelo seu amor e poder na sua encarnação, vida, morte e ressurreição. É motivo de grande alegria ser um eleito de Deus!

2) Eleição é um privilégio (v. 2a)
            Além de salvação, a eleição também é um grande privilégio. Segundo cremos, as Escrituras, consideradas como um todo, não dão razão à doutrina do universalismo, segundo o qual Deus, por ser bom, no fim das contas traz salvação à todos, indistintamente. O universalismo afirma mais ou menos o seguinte: homens e mulheres que pecaram podem alcançar a salvação, mesmo sem arrependimento. Vamos pensar num exemplo: Adolf Hitler. Foi o principal responsável pela morte de milhões de pessoas (judeus, deficientes físicos e mentais, homossexuais, etc.). Só de judeus foram cerca de 6 milhões! Como imaginar que alguém assim, que não se arrependeu de seus pecados e não caiu de joelhos aos pés da cruz, possa alcançar a salvação? Na verdade, segundo o Novo Testamento, nem mesmo um homem religioso e correto como Nicodemos pode pensar em salvação sem nascer da água e do Espírito (ou seja, sem a fé em Cristo e o batismo, no qual confessamos publicamente nossa fé em Cristo).
            O SENHOR, através de Amós, afirma que Israel fora eleito entre as nações. No Novo Testamento há uma diferenciação entre a Igreja de Cristo e o aqueles que vivem sem a graça de Deus. De fato, a eleição é um grande privilégio!

3) Eleição é uma grande responsabilidade (v. 2b)
            Aqui Amós faz uma afirmação impressionante e inesperada! O "portanto" do v. 2b liga os dois pontos anteriores à conclusão do texto, concluindo o seguinte: "Israel, você será punido pelas suas iniqüidades PORQUE você é eleito do SENHOR"!!! Este é o ponto alto do texto!
            Israel confiava na eleição, e encontrava na eleição grande segurança, apesar de viver na injustiça, na opressão, na violência, na idolatria, na maldade. Amós afirma, então, o seguinte: "Não, Israel, não espere o Dia do Senhor, pois é dia de trevas, e não de luz (Am 5.18,20), pois você não tem vivido DE ACORDO COM A ELEIÇÃO!".
            Amós ensina que a eleição é uma grande responsabilidade! Aquele que se considera um eleito de Deus deve andar de acordo com a justiça do Reino de Deus! Em outras palavras, a eleição exige de nós uma resposta. E isso não significa reduzir a doutrina da eleição ao legalismo, mas pelo contrário: é apenas a eleição que confirma a nossa liberdade!
            A graça de Deus na qual somos eleitos, perdoados, enfim, salvos, é a mesma graça que renova as nossas vidas, que quebra em nós todas as cadeias e grilhões (não apenas os exteriores, mas também os grilhões mais íntimos do coração). Por isso a eleição é uma grande responsabilidade, pois temos que responder à salvação de Deus através de uma justiça muito superior à dos escribas e fariseus (apenas externa)! É como afirma um dos textos clássicos acerca da graça de Deus: 

"Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" (Efésios 2.8-10). 

           Em outras palavras, a salvação dos eleitos é dom da graça de Deus e não resultado de obras humanas. No entanto, a graça de Deus derramada sobre nós para a salvação nos transforma, nos torna nova criação, ou nova criatura. Esta transformação interior deve se refletir exteriormente através de uma vida de justiça e santidade, nos conduzindo para as boas obras, as quais Deus de antemão (eleição) nos preparou para que andássemos nelas!

Conclusão
            A eleição é salvação e privilégio, mas é, ao mesmo tempo, uma grande responsabilidade. Os eleitos de Deus não estão isentos de uma vida de justiça, santidade e paz, mas muito pelo contrário: esse é o dever de todos os santos!
            Que Deus nos ajude, pela sua graça, a viver de acordo com a justiça do Reino de Deus, não na nossa própria força, mas pelo poder da vida de Cristo, nosso Senhor que ressuscitou dentre os mortos e nos chama à uma nova vida, em graça e verdade!

Eleição como Salvação, Privilégio e Responsabilidade (Am 3.1-2)



Texto Bíblico:
1 Ouvi a palavra que o SENHOR 
fala contra vós outros, filhos de Israel,
contra toda a família 
que ele fez subir da terra do Egito, dizendo: 
2 De todas as famílias da terra, 
somente a vós outros vos escolhi;
portanto, eu vos punirei por todas as vossas iniqüidades.

Introdução
            Certa vez ouvi alguém dizer mais ou menos o seguinte: ´O que você entende por eleição? A compreensão correta da doutrina da eleição é muito importante, pois quando estou na ´gandaia´, é ela que me traz segurança, pois sou um eleito de Deus´. Infelizmente algumas pessoas pensam que a doutrina bíblica da eleição é a doutrina bíblica da legitimação da safadeza, da injustiça e do pecado sem arrependimento. Em outra ocasião ouvi alguém dizer mais ou menos o seguinte: ´Para que evangelizar? Segundo a Palavra de Deus os eleitos já estão eleitos, independente do meu esforço próprio; portanto, eu não evangelizo porque não preciso evangelizar!´. Infelizmente outras pessoas pensam que a doutrina da eleição é a doutrina da preguiça física e mental! Mas ela é exatamente o contrário!
            A doutrina bíblica da eleição não dá margem para a atitude de nenhum dos discursos exemplificados acima. Não é doutrina de vagabundos e de preguiçosos, de pecadores inveterados e de religiosos sem amor. A eleição afirma que a fonte da salvação é Deus e não o ser humano, mas ao mesmo tempo afirma que o ser humano que é alvo da eleição deve responder à graça da qual participa. Mas antes de continuar, vamos ouvir a voz do profeta Amós.

1) Eleição é salvação (v. 1b)
            O v. 1b fala sobre ´toda a família que ele (o SENHOR) fez subir da terra do Egito´. Esta é uma clara referência ao Êxodo, apresentado aqui como o evento fundador de Israel. O Êxodo é muito importante para a história de Israel, bem como à compreensão bíblica da eleição, por várias razões.
a) É no contexto do Êxodo que o SENHOR revela o Seu Nome à Moisés;
b) É no contexto do Êxodo que o SENHOR entrega sua Lei a Moisés.
c) O Êxodo é o grande evento de salvação do AT. O grande modelo de salvação, ou mesmo o evento mais importante de salvação no AT, é, segundo o próprio At, o Êxodo. Nele o SENHOR liberta os hebreus da escravidão do Egito, e os conduz à Terra Prometida, formando a partir de então uma grande nação. O Êxodo nos ensina que o sentido básico de salvação na Bíblia é o de libertação.
            Portanto, o v. 1 fala de eleição, e apresenta a eleição como libertação. Na Nova Aliança, Cristo nos liberta do poder do pecado, do diabo e da morte, através não apenas do próprio exemplo de vida sem pecado, mas especialmente pelo seu amor e poder na sua encarnação, vida, morte e ressurreição. É motivo de grande alegria ser um eleito de Deus! Deus é maravilhoso!

2) Eleição é um privilégio (v. 2a)
            Além de salvação, a eleição também é um grande privilégio. As Escrituras, consideradas como um todo, não dão razão à doutrina do universalismo, segundo o qual Deus, por ser bom, no fim das contas traz salvação à todos, indistintamente. O universalismo afirma mais ou menos o seguinte: homens e mulheres que pecaram podem alcançar a salvação, mesmo sem arrependimento. Vamos pensar num exemplo: Hitler. Foi o principal responsável pela morte de milhões de pessoas (judeus, deficientes físicos e mentais, homossexuais, etc.). Só de judeus foram cerca de 6 milhões! Como imaginar que alguém assim, que não se arrependeu de seus pecados e não caiu de joelhos aos pés da cruz, possa alcançar a salvação. Na verdade, segundo o Novo Testamento, nem mesmo um homem religioso e correto como Nicodemos pode pensar em salvação sem nascer da água e do Espírito (ou seja, sem a fé em Cristo e o batismo, no qual confessamos publicamente nossa fé em Cristo).
            O SENHOR, através de Amós, afirma que Israel fora eleito entre as nações. No Novo Testamento há uma diferenciação entre a Igreja de Cristo e o aqueles que vivem sem a graça de Deus. De fato, a eleição é um grande privilégio!

3) Eleição é uma grande responsabilidade (v. 2b).
            Aqui Amós faz uma afirmação impressionante e inesperada! O ´portanto´ do v. 2b liga os dois pontos anteriores à conclusão do texto, concluindo o seguinte: `Israel, você será punido pelas suas iniqüidades PORQUE você é eleito do SENHOR´!!! Este é o ponto alto do texto!
            Israel confiava na eleição, e encontrava na eleição grande segurança, apesar de viver na injustiça, na opressão, na violência, na idolatria, na maldade. Amós afirma, então, o seguinte: ´Não, Israel, não espere o Dia do Senhor, pois é dia de trevas, e não de luz (Am 5.18,20), pois você não tem vivido DE ACORDO COM A ELEIÇÃO!´.
            Amós ensina que a eleição é uma grande responsabilidade! Aquele que se considera um eleito de Deus deve andar de acordo com a justiça do Reino de Deus! Em outras palavras, a eleição exige de nós uma resposta. E isso não significa reduzir a doutrina da eleição ao legalismo, mas pelo contrário: é apenas a eleição que confirma a nossa liberdade!
            A graça de Deus na qual somos eleitos, perdoados, enfim, salvos, é a mesma graça que renova as nossas vidas, que quebra em nós todas as cadeias e grilhões (não apenas os exteriores, como foi o Êxodo, mas também os grilhões mais íntimos do coração). Por isso a eleição é uma grande responsabilidade, pois temos que responder à salvação de Deus através de uma justiça muito superior à dos escribas e fariseus (apenas externa)! É como afirma um dos textos clássicos acerca da graça de Deus, Ef 2.8-10: `Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas´. Em outras palavras, a salvação dos eleitos é dom da graça de Deus e não resultado de obras humanas. No entanto, a graça de Deus derramada sobre nós para a salvação nos transforma, nos torna nova criação, ou nova criatura. Esta transformação interior vai se refletir exteriormente através de uma vida de justiça e santidade, nos conduzindo para as boas obras, as quais Deus de antemão (eleição) nos preparou para que andássemos nelas!

CONCLUSÃO
            A eleição é salvação e privilégio, mas é, ao mesmo tempo, uma grande responsabilidade. Os eleitos de Deus não estão isentos de uma vida de justiça, santidade e paz, mas muito pelo contrário: esse é o dever de todos os santos!
            Que Deus nos ajude, pela sua graça, a viver de acordo com a justiça do Reino de Deus, não na nossa própria força, mas pelo poder da vida de Cristo, nosso Senhor que ressuscitou dentre os mortos e nos chama à uma nova vida, em graça e verdade!

Edificando Memoriais de Esperança (1Sm 7.1-17)


Introdução (vv. 1-2)
Israel estava sofrendo na mão dos filisteus, pois estes, vencendo uma batalha, levaram para si a Arca da Aliança, sinal da presença de Deus em Israel. A arca não podia ser considerada um amuleto, pois não era garantia de vitória diante do pecado do povo! Povo de Deus deve ser povo santo, ou seja, deve viver de acordo com a justiça e o amor de Deus. O Senhor não tem compromisso com manifestações religiosas de um povo obstinado na injustiça e que não se arrepende dos seus pecados!


1) Um povo com histórico de erros e acertos (vv. 3-6)
Um povo de dura cerviz, cheio de ídolos, é chamado ao arrependimento. O povo de Deus reconhece seus pecados e confia na graça de Deus. A nossa história, enquanto cristãos brasileiros, também é marcada por erros e acertos. Todos nós erramos e acertamos. Erramos e acertamos, mas não confiamos em nossos próprios méritos, mas na graça de Deus.
      Uma das coisas mais difíceis na vida cristã é a humildade de reconhecermos, a cada dia, os nossos pecados. Só quem é transformado pela graça de Deus que há em Cristo alcança, dia após dia, este privilégio de viver uma vida de humildade aos pés da cruz. Os filhos e filhas de Deus são guiados pelo Espírito de Deus a enfrentar as próprias falhas e pecados com humildade e graça.


2) Um povo favorecido por Deus pelo sacrifício do Cordeiro (vv. 7-11)
      Quando os filisteus souberam que os israelitas estavam reunidos em Mispa, resolveram realizar um ataque surpresa! O povo, quebrantado e fortalecido na confissão de seus pecados, resolve não confiar na própria força, mas em Deus, e por isso solicita ao profeta que interceda, para alcançarem a vitória. E o profeta Samuel intercedeu pelo povo através do sacrifício de um cordeiro pequenino.
      Deus ouviu a intercessão do profeta que sacrificou o cordeiro, e agiu em favor de Israel contra seus inimigos, que foram derrotados. Do mesmo modo, hoje temos vitórias da parte de Deus por causa do nosso grande intercessor: o Senhor Jesus Cristo, que com seu sacrifício nos torna mais alvos que a neve. E Cristo intercede por nós junto ao Pai (Rm 8.34)! É no sangue do Cordeiro de Deus que somos constituídos povo santo de Deus em Cristo, irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Em Cristo, e apenas em Cristo, somos feitos mais que vencedores, pois a nossa vitória é a vitória de Cristo na Vida, na Cruz e na Ressurreição de Cristo.


3) Devemos cultivar a memória das vitórias de Deus em nós (v. 12)
      Depois da vitória contra os filisteus, Samuel tomou uma pedra, dando a ela o nome “Ebenézer”. Ao contrário do que muitos pensam e afirmam, “Ebenézer” não significa ´até aqui nos ajudou o Senhor´, mas sim  “Pedra da Salvação”. Mas o que isso significa? Samuel resolveu levantar uma pedra para fazer um memorial, ou seja, para que as gerações futuras se lembrassem que naquele lugar o Senhor deu vitória ao seu povo contra os seus inimigos! É um monumento para fortalecer a memória, para recordar a história, para fortalecer a fé do povo na salvação que só vem de Deus!
      É muito triste ver crentes fracos e desanimados. Geralmente isso acontece porque as pessoas não tem memória! Há um hino que diz: ´Conta as bênçãos, vede quantas são, recebidas da divina mão. Vem dize-las, todas de uma vez, e verás, surpreso, quanto Deus já fez´. Quando nos lembramos de tantas situações difíceis, em que muitas vezes achamos não haver solução, e nos lembramos da graça e da bondade de Deus nos fortalecendo e nos levando a superar os obstáculos com fé e esperança, saímos ainda mais fortalecidos! Não podemos passar a vida murmurando! Devemos louvar a Deus com esperança e fé, pois Ele sempre é fiel!
      Como Samuel, devemos celebrar a salvação de Deus na nossa história, e fazer memória dos grandes feitos de Deus em nossa vida. Crentes que tem uma memória fraca correm o risco de sempre voltarem à murmuração, ao invés de louvar ao Deus poderoso e amoroso, que nos tem sustentato e suprido de geração em geração!


CONCLUSÃO
      Mesmos diante dos nossos erros e acertos, devemos sempre aprender a confiar na graça de Deus.
      Devemos sempre estar certos de que a nossa vitória está em Deus, em Cristo Jesus, que com seu sacrifício de amor nos conquistou para uma viva esperança, cuja vitória em Cristo é certa!

      Devemos sempre fazer memória de todo bem que o Senhor tem feito a nós, pela sua graça, e cultivar assim um coração cheio de amor, louvor e gratidão a Deus!

Edificando Memoriais de Esperança (1Sm 7.1-17)

Introdução (vv. 1-2)
Israel estava sofrendo na mão dos filisteus, pois estes, vencendo uma batalha, levaram para si a Arca da Aliança, sinal da presença de Deus em Israel. A arca não podia ser considerada um amuleto, pois não era garantia de vitória diante do pecado do povo! Povo de Deus deve ser povo santo, ou seja, deve viver de acordo com a justiça e o amor de Deus. O Senhor não tem compromisso com manifestações religiosas de um povo obstinado na injustiça e que não se arrepende dos seus pecados!


1) Um povo com histórico de erros e acertos (vv. 3-6)
Um povo de dura cerviz, cheio de ídolos, é chamado ao arrependimento. O povo de Deus reconhece seus pecados e confia na graça de Deus. A nossa história, enquanto cristãos brasileiros, também é marcada por erros e acertos. Todos nós erramos e acertamos. Erramos e acertamos, mas não confiamos em nossos próprios méritos, mas na graça de Deus.
      Uma das coisas mais difíceis na vida cristã é a humildade de reconhecermos, a cada dia, os nossos pecados. Só quem é transformado pela graça de Deus que há em Cristo alcança, dia após dia, este privilégio de viver uma vida de humildade aos pés da cruz. Os filhos e filhas de Deus são guiados pelo Espírito de Deus a enfrentar as próprias falhas e pecados com humildade e graça.


2) Um povo favorecido por Deus pelo sacrifício do Cordeiro (vv. 7-11)
      Quando os filisteus souberam que os israelitas estavam reunidos em Mispa, resolveram realizar um ataque surpresa! O povo, quebrantado e fortalecido na confissão de seus pecados, resolve não confiar na própria força, mas em Deus, e por isso solicita ao profeta que interceda, para alcançarem a vitória. E o profeta Samuel intercedeu pelo povo através do sacrifício de um cordeiro pequenino.
      Deus ouviu a intercessão do profeta que sacrificou o cordeiro, e agiu em favor de Israel contra seus inimigos, que foram derrotados. Do mesmo modo, hoje temos vitórias da parte de Deus por causa do nosso grande intercessor: o Senhor Jesus Cristo, que com seu sacrifício nos torna mais alvos que a neve. E Cristo intercede por nós junto ao Pai (Rm 8.34)! É no sangue do Cordeiro de Deus que somos constituídos povo santo de Deus em Cristo, irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Em Cristo, e apenas em Cristo, somos feitos mais que vencedores, pois a nossa vitória é a vitória de Cristo na Vida, na Cruz e na Ressurreição de Cristo.


3) Devemos cultivar a memória das vitórias de Deus em nós (v. 12)
      Depois da vitória contra os filisteus, Samuel tomou uma pedra, dando a ela o nome “Ebenézer”. Ao contrário do que muitos pensam e afirmam, “Ebenézer” não significa ´até aqui nos ajudou o Senhor´, mas sim  “Pedra da Salvação”. Mas o que isso significa? Samuel resolveu levantar uma pedra para fazer um memorial, ou seja, para que as gerações futuras se lembrassem que naquele lugar o Senhor deu vitória ao seu povo contra os seus inimigos! É um monumento para fortalecer a memória, para recordar a história, para fortalecer a fé do povo na salvação que só vem de Deus!
      É muito triste ver crentes fracos e desanimados. Geralmente isso acontece porque as pessoas não tem memória! Há um hino que diz: ´Conta as bênçãos, vede quantas são, recebidas da divina mão. Vem dize-las, todas de uma vez, e verás, surpreso, quanto Deus já fez´. Quando nos lembramos de tantas situações difíceis, em que muitas vezes achamos não haver solução, e nos lembramos da graça e da bondade de Deus nos fortalecendo e nos levando a superar os obstáculos com fé e esperança, saímos ainda mais fortalecidos! Não podemos passar a vida murmurando! Devemos louvar a Deus com esperança e fé, pois Ele sempre é fiel!
      Como Samuel, devemos celebrar a salvação de Deus na nossa história, e fazer memória dos grandes feitos de Deus em nossa vida. Crentes que tem uma memória fraca correm o risco de sempre voltarem à murmuração, ao invés de louvar ao Deus poderoso e amoroso, que nos tem sustentato e suprido de geração em geração!


CONCLUSÃO
      Mesmos diante dos nossos erros e acertos, devemos sempre aprender a confiar na graça de Deus.
      Devemos sempre estar certos de que a nossa vitória está em Deus, em Cristo Jesus, que com seu sacrifício de amor nos conquistou para uma viva esperança, cuja vitória em Cristo é certa!

      Devemos sempre fazer memória de todo bem que o Senhor tem feito a nós, pela sua graça, e cultivar assim um coração cheio de amor, louvor e gratidão a Deus!

Edificando Memoriais de Esperança (1Sm 7.1-17)

Introdução (vv. 1-2)
Israel estava sofrendo na mão dos filisteus, pois estes, vencendo uma batalha, levaram para si a Arca da Aliança, sinal da presença de Deus em Israel. A arca não podia ser considerada um amuleto, pois não era garantia de vitória diante do pecado do povo! Povo de Deus deve ser povo santo, ou seja, deve viver de acordo com a justiça e o amor de Deus. O Senhor não tem compromisso com manifestações religiosas de um povo obstinado na injustiça e que não se arrepende dos seus pecados!


1) Um povo com histórico de erros e acertos (vv. 3-6)
Um povo de dura cerviz, cheio de ídolos, é chamado ao arrependimento. O povo de Deus reconhece seus pecados e confia na graça de Deus. A nossa história, enquanto presbiterianos brasileiros, também é marcada por erros e acertos. Todos nós erramos e acertamos. Erramos e acertamos, mas não confiamos em nossos próprios méritos, mas na graça de Deus.
      Uma das coisas mais difíceis na vida cristã é a humildade de reconhecermos, a cada dia, os nossos pecados. Só quem é transformado pela graça de Deus que há em Cristo alcança, dia após dia, este privilégio de viver uma vida de humildade aos pés da cruz. Os filhos e filhas de Deus são guiados pelo Espírito de Deus a enfrentar as próprias falhas e pecados com humildade e graça.


2) Um povo favorecido por Deus pelo sacrifício do Cordeiro (vv. 7-11)
      Quando os filisteus souberam que os israelitas estavam reunidos em Mispa, resolveram realizar um ataque surpresa! O povo, quebrantado e fortalecido na confissão de seus pecados, resolve não confiar na própria força, mas em Deus, e por isso solicita ao profeta que interceda, para alcançarem a vitória. E o profeta Samuel intercedeu pelo povo através do sacrifício de um cordeiro pequenino.
      Deus ouviu a intercessão do profeta que sacrificou o cordeiro, e agiu em favor de Israel contra seus inimigos, que foram derrotados. Do mesmo modo, hoje temos vitórias da parte de Deus por causa do nosso grande intercessor: o Senhor Jesus Cristo, que com seu sacrifício nos torna mais alvos que a neve. E Cristo intercede por nós junto ao Pai (Rm 8.34)! É no sangue do Cordeiro de Deus que somos constituídos povo santo de Deus em Cristo, irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Em Cristo, e apenas em Cristo, somos feitos mais que vencedores, pois a nossa vitória é a vitória de Cristo na Vida, na Cruz e na Ressurreição de Cristo.


3) Devemos cultivar a memória das vitórias de Deus em nós (v. 12)
      Depois da vitória contra os filisteus, Samuel tomou uma pedra, dando a ela o nome “Ebenézer”. Ao contrário do que muitos pensam e afirmam, “Ebenézer” não significa ´até aqui nos ajudou o Senhor´, mas sim  “Pedra da Salvação”. Mas o que isso significa? Samuel resolveu levantar uma pedra para fazer um memorial, ou seja, para que as gerações futuras se lembrassem que naquele lugar o Senhor deu vitória ao seu povo contra os seus inimigos! É um monumento para fortalecer a memória, para recordar a história, para fortalecer a fé do povo na salvação que só vem de Deus!
      É muito triste ver crentes fracos e desanimados. Geralmente isso acontece porque as pessoas não tem memória! Há um hino que diz: ´Conta as bênçãos, vede quantas são, recebidas da divina mão. Vem dize-las, todas de uma vez, e verás, surpreso, quanto Deus já fez´. Quando nos lembramos de tantas situações difíceis, em que muitas vezes achamos não haver solução, e nos lembramos da graça e da bondade de Deus nos fortalecendo e nos levando a superar os obstáculos com fé e esperança, saímos ainda mais fortalecidos! Não podemos passar a vida murmurando! Devemos louvar a Deus com esperança e fé, pois Ele sempre é fiel!
      Como Samuel, devemos celebrar a salvação de Deus na nossa história, e fazer memória dos grandes feitos de Deus em nossa vida. Crentes que tem uma memória fraca correm o risco de sempre voltarem à murmuração, ao invés de louvar ao Deus poderoso e amoroso, que nos tem sustentato e suprido de geração em geração!


CONCLUSÃO
      Mesmos diante dos nossos erros e acertos, devemos sempre aprender a confiar na graça de Deus.
      Devemos sempre estar certos de que a nossa vitória está em Deus, em Cristo Jesus, que com seu sacrifício de amor nos conquistou para uma viva esperança, cuja vitória em Cristo é certa!

      Devemos sempre fazer memória de todo bem que o Senhor tem feito a nós, pela sua graça, e cultivar assim um coração cheio de amor, louvor e gratidão a Deus!