quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
quarta-feira, 30 de dezembro de 2015
Música de Verdade para Terminar e Começar Adorando
No meio de tanto vazio musical, uma música de verdade, para terminar o ano e começar o novo ano adorando a Jesus Cristo, o Senhor, o Salvador, o Consolador.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2015
Conversão no Acostamento
Para rir um pouco...
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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
Natal... a história se repete...
"Naqueles dias César Augusto publicou um decreto ordenando o recenseamento de todo o império romano. Este foi o primeiro recenseamento feito quando Quirino era governador da Síria. E todos iam para a sua cidade natal, a fim de alistar-se.Assim, José também foi da cidade de Nazaré da Galiléia para a Judéia, para Belém, cidade de Davi, porque pertencia à casa e à linhagem de Davi. Ele foi a fim de alistar-se, com Maria, que lhe estava prometida em casamento e esperava um filho. Enquanto estavam lá, chegou o tempo de nascer o bebê, e ela deu à luz o seu primogênito. Envolveu-o em panos e o colocou numa manjedoura, porque NÃO HAVIA LUGAR PARA ELES na hospedaria" (Lucas 2.1-7).
Jesus, o motivo do Natal, continua não encontrando lugar em muitos corações...
No entanto, muitos estão abrindo as portas para Ele...
"Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam.
Mas, a todos quantos o receberam,
deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber,
aos que creem no seu nome" (João 1.11-12).
Há lugar para Jesus em sua casa?
Há lugar para Jesus em sua vida?
"Eis que estou à porta e bato:
se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta,
entrarei em sua casa e cearei com ele,
e ele comigo" (Apocalipse 3.20).
Fonte da imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXQABa8cveSYAVNkMnl7GW8IxxbXVBAmVIuLlnX49-YkyvMS9abHLoFt_SzmbfATaGflZgzSAxaTAvHI2EagyD7fwtoiol0q2FwMR7ml6e6aClxD_h5c73ik0TlaYK2XZ6udsKXPzleLQ/s1600/147.jpg
Música de Verdade para Terminar e Começar Adorando
No meio de tanto vazio musical, uma música de verdade, para terminar o ano e começar o novo ano adorando a Jesus Cristo, o Senhor, o Salvador, o Consolador.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
Natal: a Festa do Amor ou do Consumismo?
Quem é a figura central do Natal? Esta é uma pergunta muito importante, não apenas para nós, mas também para os nossos filhos. Quais são os valores e os princípios que temos vivido e que temos ensinado para as nossas crianças? Há duas figuras centrais que são lembradas no Natal, que tanto expressam quanto denunciam quais são nossos valores: Jesus Cristo e o Papai Noel.
1) Jesus Cristo: o Natal como expressão de amor
Qual o sentido do Natal quando a sua figura central é Jesus Cristo?
Na verdade, o Natal é simplesmente a celebração do nascimento de Jesus. Mas qual é o sentido do nascimento de Jesus, segundo a fé cristã, tal como afirmada no Novo Testamento?
A fé cristã afirma que Deus é o Criador do universo. A doutrina cristã sobre Deus é a doutrina da Santíssima Trindade: O Deus único e verdadeiro é Pai, Filho e Espírito Santo. Como diria Agostinho de Hipona, Deus é amor, pois é o Amante (Pai), o Amado (Filho) e o Amor (Espírito Santo). Deus é amor, mas apesar de não precisar de mais nada, pois Ele é pleno no amor e na comunhão de si mesmo na Trindade (entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo), Deus criou o universo por uma razão: para amar algo além de si mesmo. O amor de Deus o move para criar o universo todo e, de forma especial, o ser humano, criado à sua imagem e semelhança. Deus cria o ser humano para um relacionamento livre de amor, mas, para que o ser humano fosse de fato livre, Deus o cria com capacidade para escolher entre o bem e o mal. Segundo a Bíblia, no Éden, o ser humano resolve dar ouvidos à voz da serpente e não à voz de Deus. O pecado, esta atitude de desprezo por Deus e sua palavra, alcançou todas as pessoas, de modo que Paulo vai afirmar: "todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Rm 3.23).
O pecado leva o ser humano à uma crise profunda: crise teológica (relação com Deus), crise psicológica (relação consigo mesmo), crise sociológica (relação com o próximo) e crise ecológica (relação com o restante da criação).
Mas onde é que entra Jesus? Jesus é o Filho de Deus, por meio de quem todas as coisas foram criadas (Jo 1.1-3). O Filho de Deus veio ao mundo, assumiu a nossa humanidade, nasceu de uma virgem pelo poder do Espírito Santo, para nos reconciliar Deus. É o que diz um dos textos mais conhecidos da Bíblia:
"Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que jugasse o mundo mas para que o mundo fosse salvo por ele" (João 3.16).
Este é o sentido do Natal: o amor de Deus por toda a sua criação, em especial pelo ser humano, criado à sua imagem e semelhança. O amor que leva a Deus Pai a enviar o Seu Filho para reconciliar consigo o mundo. O amor que leva a Deus Filho a se entregar a si mesmo por nós, por amor. O amor de Deus, o Espírito, que é o poder tanto da encarnação do Filho de Deus (nascimento de Jesus) quanto o poder de sua vida de amor e serviço, sua morte na cruz pelos nossos pecados e o poder da ressurreição de Jesus.
Quando cremos que Jesus é o sentido do Natal, afirmamos que o nosso valor não está naquilo que nós temos, mas sim no amor: no amor de Deus por todos nós, no amor que aprendemos com Deus para podermos amar a si próprios, ao próximo e a criação de Deus (1Jo 4.7-21).
Como diriam os anjos aos pastores:
"Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura.. E subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem" (Lc 2.10-14).
Quando o Natal é Jesus Cristo, é festa de amor, de alegria, de reconciliação!
2) Papai Noel: o Natal como consumismo
Qual o sentido do Natal, quando sua figura central é o Papai Noel? Atualmente o sentido básico é o consumismo, mas não foi sempre assim. Na verdade, o "bom velhinho" era nada mais, nada menos que um cristão, cuja fé em Cristo o inspirava à generosidade. No entanto, com o tempo, foi transformado num garoto propaganda que incita ao consumismo. Vamos acompanhar esta história.
Nicolau foi arcebispo na Turquia do século IV, sendo conhecido posteriormente como "São Nicolau Taumaturgo". Diz uma tradição que Nicolau deu um saco de moedas a um pai que estava a ponto de vender a própria filha para saudar uma dívida, salvando assim a jovem. Outra tradição afirma que Nicolau ajudava os pobres da cidade de Mira, colocando moedas de ouro nas chaminés das casas. A partir destas tradições, surge a figura do "bom velhinho", que usava, na verdade, roupas de bispo: ao invés da toca na cabeça, Nicolau usava uma mitra episcopal. Alguns séculos depois de sua morte, Nicolau é canonizado pela Igreja Católica Romana.
Na Alemanha, "São Nicolau" se transforma em símbolo natalino.
No ano de 1822 Clark Moore, um professor de literatura grega da cidade de Nova York, escreveu um poema chamado "Uma visita de São Nicolau", no qual cria alguns elementos que se popularização posteriormente em relação ao Papai Noel, tais como o trenó puxado por renas e a entrada pelas chaminés.
Mas quem deu ao Papai Noel outras características fundamentais foi o cartunista alemão Thomas Nast, enquanto vivia nos EUA. Thomas Nast escreveu em 1866 um encarte natalino colorido para a revista Harper´s Weekly chamado "Santa Claus and his works", no qual se encontra a figura de um velhinho gordinho chamado "Santa Claus" com longas barbas e cabelos brancos, e com uma roupa vermelha com um cinto branco. Neste encarte de Nast, outros elementos que se tornariam tradicionais na figura do "Papai Noel" já estão presentes, tais como o pinheiro decorado, a casa no Polo Norte, o livro do bem e do mal e o saco de presentes - além do trenó e da entrada pelas chaminés do poema de Clark Moore. Há vários registros de anúncios publicitários envolvendo o Papai Noel entre 1870 e 1928, para vender revistas, carros, carabinas, canetas, gramofones, creme de aveia, cigarros, pneus, lanternas, escovas de cabelo, presunto, café, meias, brinquedos, relógios, equipamentos elétricos, cobertores, combustíveis... Mas as peças publicitárias que popularizaram definitivamente a figura do Papai Noel foram os anúncios da Coca-Cola, a partir do ano de 1930.
Ou seja, enquanto Nicolau foi um cristão cuja generosidade era inspirada por Jesus Cristo, o Papai Noel (nome brasileiro) deixou há muito tempo sua ligação com o cristão Nicolau, surgindo no final do século XIX como um "garoto propaganda", cuja função é nada mais nada menos que vender produtos - ou seja, incentivar o consumismo. Mas o que é o consumismo?
Consumismo é o apelo ao consumo de bens e produtos movido pelo significado simbólico destes bens, como aquilo que define a pessoa. Em outras palavras, no consumismo o que define o valor da pessoa são os bens e produtos que ela consome. É o verbo "ter" definindo o verbo "ser". Seu valor é definido por aquilo que você tem, por aquilo que você pode consumir ou simplesmente adquirir. Se você tem muito, você vale muito; se você tem pouco, vale pouco. O consumismo é profundamente destrutivo: é sinal e causa da crise ecológica, psicológica, social e teológica!
- Crise Ecológica: o consumismo leva as pessoas a consumirem cada vez mais produtos, mesmo que completamente supérfluos, o que leva gradualmente à exaustão dos recursos naturais, além do aumento da quantidade de lixo, que muitas vezes volta para a natureza.
- Crise Psicológica: ao invés de firmar a sua identidade naquilo que você é, esta identidade acaba se definindo por aquilo que você tem.
- Crise Sociológica: o que importa não é o amor, a compaixão, a partilha e a solidariedade, mas o consumismo egoísta.
- Crise Teológica: o Natal não é a celebração do amor de Deus, que vem em direção ao ser humano para trazer amor, reconciliação e paz, mas é a celebração do consumo!
CONCLUSÃO
É inevitável que nossos filhos entrem em contato com a figura simpática do bom velhinho. No entanto, não podemos esquecer de aproveitar todas as oportunidades para educar nossos filhos, transmitindo valores e princípios importantes. Neste sentido, devemos dar prioridade à mensagem de amor, alegria e paz que o verdadeiro Natal nos traz: O amor, a alegria e a paz vieram até nós, não através de badulaques ou cacarecos, mas através de uma criança, do Filho de Deus que veio ao mundo por amor. Jesus Cristo é o grande presente do Pai a todos nós.
Feliz Natal!
Que Deus abençoe a sua vida com muito amor, alegria e paz!
Fonte da imagem: http://felippeneri.blogspot.com.br/2011_12_01_archive.html
quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
Epilepsia: Música e Medicina
Você conhece alguém que sofre a epilepsia?
Música e Vídeo do meu amigo João Gabriel. Música e Medicina.
Lindo trabalho. Vale a pena conferir.
Música e Vídeo do meu amigo João Gabriel. Música e Medicina.
Lindo trabalho. Vale a pena conferir.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
Vídeo de Prevenção ao Abuso Sexual Infantil
Este vídeo deve ser compartilhado com as nossas crianças.
sábado, 14 de novembro de 2015
Os Dois Livros da Revelação - Uma Meditação no Salmo 19
e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.
2 Um dia discursa a outro dia,
e uma noite revela conhecimento a outra noite.
3 Não há linguagem, nem há palavras,
e deles não se ouve nenhum som;
4 no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz,
e as suas palavras, até aos confins do mundo. Aí, pôs uma tenda para o sol,
5 o qual, como noivo que sai dos seus aposentos,
se regozija como herói, a percorrer o seu caminho.
6 Principia numa extremidade dos céus,
e até à outra vai o seu percurso;
e nada refoge ao seu calor.
[Livro da Lei do SENHOR]
[Livro da Lei do SENHOR]
7 A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma;
o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices.
8 Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração;
o mandamento do SENHOR é puro e ilumina os olhos.
9 O temor do SENHOR é límpido e permanece para sempre;
os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente, justos.
10 São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado;
e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos.
11 Além disso, por eles se admoesta o teu servo;
em os guardar, há grande recompensa.
12 Quem há que possa discernir as próprias faltas?
Absolve-me das que me são ocultas.
13 Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me domine;
então, serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão.
14 As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração
sejam agradáveis na tua presença, SENHOR,
rocha minha e redentor meu!
O Livro da criação (a revelação geral)
À revelação de Deus na criação costuma-se chamar de "revelação geral", pois está acessível a todas as pessoas, de todas as línguas, raças, tribos e nações, revelando a todos que há um Deus Criador Todo-Poderoso. O apóstolo Paulo está de acordo com esta afirmação do Salmo 19, quando afirma o seguinte:
"A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homens corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis" (Rm 1.18-23).
Nos versos de 1 a 6 o Salmo 19 usa exemplos celestiais para expressar a glória de Deus refletida na sua criação (céus, o firmamento, o dia, a noite, o sol). A linguagem é poética.
Através dos céus, podemos contemplar a sua glória (v. 1a). Li certa vez uma bela lenda judaica, que ilustra muito bem a afirmação do reflexo da glória de Deus na criação.
"Alexandre, o Grande, perguntou para um judeu o seguinte: "se há um Deus Criador, por que Ele não aparece de vez para revelar a sua glória, a fim de que seja louvado pelas suas criaturas?". O judeu foi embora calado, mas voltou no dia seguinte, fazendo um convite para o grande imperador: "Alexandre, eu quero te mostrar Deus". O judeu, então, conduziu Alexandre para fora do palácio, dizendo o seguinte: "olhe para o sol fixamente por uma hora e você verá a Deus". Alexandre respondeu: "Estás louco? Se eu contemplar o sol por alguns minutos ficarei cego!". Então o judeu respondeu: "Se não consegues contemplar a glória do sol, uma de Suas criaturas, como pretende contemplar a glória do Criador do Universo?".
Os homens sempre se maravilharam diante da criação, e quanto mais a conhecemos, mais nos impressionamos com a grandeza do Criador. Durante séculos pensou-se que a superfície da terra era plana (chata), que o fim do oceano era um abismo, que o sol e as estrelas giravam no céu ao redor de nós. Galileu Galilei, Nicolau Copérnico, Johannes Kepler e Isaac Newton, todos cristãos, nos ajudaram a compreender que a terra não é plana e que ela gira em torno do sol. A sua fé não os impediu de grandes avanços na ciência, mas pelo contrário. Enquanto a Bíblia ensina QUEM criou o universo e PORQUÊ o criou, a ciência estuda COMO Deus criou.
A Bíblia diz: "No princípio criou Deus os céus e a terra" (Gênesis 1.1). Agostinho de Hipona, por volta do ano 500 d.C., disse em seu comentário do Gênesis que o tempo, o espaço e a matéria tiveram início. Até o início do século XX a maioria dos filósofos e cientistas afirmou que o tempo, a matéria e o espaço eram eternos, até que a Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein demonstrou que a tese de Agostinho tinha razão. No livro "Breve História do Tempo", Stephen W. Hawking afirmou o seguinte:
"O conceito de tempo não tem qualquer significado antes do começo do Universo. Este facto foi apontado por Santo Agostinho. Quando lhe perguntaram: "Que fazia Deus antes de criar o mundo?" Agostinho (...) respondeu que o tempo era uma propriedade do Universo que Deus tinha criado, e que não existia antes do começo do Universo" (1).
A fé no Deus Criador e na ciência se iluminam mutuamente. Como diria Albert Einstein:
"A ciência sem a religião é aleijada; a religião sem a ciência é cega".
O Livro da Lei do SENHOR (a revelação especial)
Nos versos de 7 a 14, o salmista nos fala de outro livro, livro da Lei do SENHOR. O assunto deste bloco é a chamada Revelação Especial de Deus, ou seja, o fato de que Deus se revela à humanidade através de meios especiais, como a Palavra de Deus ou Jesus Cristo, o Deus que se fez carne (João 1.14).
Meditar e crer na mensagem da Lei do SENHOR traz muitos benefícios:
A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma;
o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices.
8 Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração;
o mandamento do SENHOR é puro e ilumina os olhos.
9 O temor do SENHOR é límpido e permanece para sempre;
os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente, justos.
10 São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado;
e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos.
11 Além disso, por eles se admoesta o teu servo;
em os guardar, há grande recompensa.
O Livro da Lei do SENHOR leva, inclusive, à superação do orgulho, da vaidade e da soberta. A revelação de Deus nos traz, ao mesmo tempo, fundamento para o amor próprio e para a humildade. Quanto mais contemplamos a Palavra de Deus, mas assumimos nossa humildade, diante da Sua grandeza!
O Salmo 14 termina com as seguintes palavras: "As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, SENHOR, rocha minha e redentor meu!
Deus nos redimiu através de Seu Filho Jesus Cristo, a Rocha da nossa salvação. O Filho de Deus veio ao mundo por amor (Jo 3.16), se fez homem por amor (Jo 1.14), foi tentado em todas as coisas sem cometer pecado (Hb 4.15), morreu na cruz pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa salvação (1Co 15.3-4). As Escrituras dão testemunho dEle (Jo 5.39), que é a forma mais completa com a qual Deus se revelou a nós (Jo 1.18).
Quando conhecemos o amor de Deus revelado no Livro da Criação (vv. 1-6) e no Livro da Lei do SENHOR (vv. 7-14), que dá testemunho de Jesus Cristo, somos levados a superar o medo, através de uma vida cheia de amor, esperança e fé. Nesta nova vida, buscamos viver para a glória de Deus (1Co 10.31). Que nossas palavras, que o meditar do nosso coração, sejam agradáveis ao Criador!
___________________
(1) Stephen W. Hawking. Breve História do Tempo - Do Big Bang aos Buracos Negros.
Fonte da imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig500xHLkD4L55ruG16v6_3PmEgg2P3hpsECewBO1MGaopO3GlGw3408iPQKTZf2R-itilgwnwoyjsOhpJWxvs-3oL814LC8fobaGU87abIJN7AK-QAAY2P0GHrETbbvs_wN_t5N0Lhn53/s1600/ilustra1603.jpg
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quarta-feira, 11 de novembro de 2015
Feminismo, ideologia transgênero, conceito de família...
Camille Paglia fala sobre sua própria revisão do feminismo, sobre a ideologia transgênero, conceito de família e suas definições sobre a cultura ocidental. Vídeo indicado pelo meu amigo Fabrício Fukahori. Vale a pena conferir!
sábado, 31 de outubro de 2015
O Argumento Cosmológico - vídeo
Abaixo, um vídeo bastante didático sobre o "argumento cosmológico" sobre a existência de Deus.
terça-feira, 27 de outubro de 2015
William Lane Craig refuta o argumento central de Dawkins
Richard Dawkins é um dos mais celebrados representantes do chamado "neoateísmo". Neste vídeo, o filósofo cristão William Lane Craig apresenta uma refutação clara do mais recente e popular livro de Dawkins, chamado "Deus, um delírio". Confira.
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
Richard Dawkins, Bertrand Russell e Lewis Wolpert foram tomar um chá!
Richard Dawkins, em "Deus, um delírio", cita uma analogia do filósofo Bertrand Russell na tentativa de desqualificar a fé em Deus:
"Imagine um bule de chá em órbita em volta do sol. Você não pode desaprovar a existência desse bule de chá porque ele é pequeno demais ser observado pelos nossos telescópios. Ninguém seria louco em dizer: "bem, eu estou preparado para acreditar no bule porque eu não posso desaprová-lo". Dawkins conclui: "Talvez sejamos técnica e estritamente agnósticos, mas na prática todos somos ateus em relação ao bule de chá".
Assista ao vídeo abaixo e veja como o ateu Lewis Wolpert, num debate com um filósofo cristão, usa estes argumentos defendidos por Russell e Dawkins - e tire as suas próprias conclusões sobre o massacre ocorrido no debate!
Assista ao vídeo abaixo e veja como o ateu Lewis Wolpert, num debate com um filósofo cristão, usa estes argumentos defendidos por Russell e Dawkins - e tire as suas próprias conclusões sobre o massacre ocorrido no debate!
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
Deus Existe? - Debate entre Christopher Hitchens vs William Lane Craig - Legendado
Este vídeo é de um ótimo debate entre um cristão e um ateu sobre a existência de Deus. Assista e tire as suas próprias conclusões. A minha é a seguinte: Enquanto William Lane Craig se propôs a apresentar teses e refutar as teses do Christopher Hitchens, este nem sempre procurou refutar as teses do seu debatedor. Na minha opinião o William Lane Craig (cristão) se saiu muito melhor. O que você acha? Vamos apresentar primeiro uma parte do vídeo em destaque e, em seguida, o vídeo completo.
É possível ser uma pessoa racional e crer em Deus?
Esta é uma pergunta que muita gente faz hoje em dia. A antiga crença iluminista (que encontra ainda hoje aqueles que acreditam nela) era de que o desenvolvimento da ciência, da economia e da cultura faria a religião desaparecer. Pois é, esta tese não tem se cumprido! Qual seria a explicação? Alguns ateus gostam de afirmar que não é possível ser uma pessoa versada em ciência, culta, inteligente e racional e, ao mesmo tempo, crer em Deus. Qual o problema desta tese? Ela é simplesmente falsa! Duvida? Então vamos lá. Vou citar alguns nomes de filósofos, cientistas, artistas e intelectuais que demonstram a falsidade da tese:
Filosofia: Agostinho, Tomás de Aquino, Blaise Pascal, René Descartes, Leibniz, Kierkgaard, John Locke, Alvin Plantinga, Henri Bergson, etc.
Ciência: Blaise Pascal, Galileu Galilei, Nicolau Copérnico, Isaac Newton, Roger Bacon, Robert Boyle, Stephen Hales, John Mitchell, George Mendel, Francis Collins, etc.
Literatura: Vinícius de Moraes, Dante Alighieri, John Milton, José de Anchieta, Fiodor Dostoievski, Gregório de Matos, C. S. Lewis, etc.
Prêmios Nobel: Martin Luther King Jr., Nelson Mandela, Desmond Tutu, Madre Teresa de Calcutá, Albert Schweitzer, etc.
Eis aí uma lista singela e pouco representativa, mas suficiente para demonstrar que a afirmação de que a fé cristã é incompatível com a razão e a ciência é uma superstição que pode ser facilmente refutada.
A fé cristã sempre se definiu como fé, e não como resultado científico. Isso não significa que não haja evidências claras a favor da fé cristã, mas trata-se de evidências e não provas científicas. Ou seja, a fé cristã, por sua própria natureza, não tem necessidade de provas científicas. No entanto, alguns ateus afirmam a impossibilidade de uma pessoa ser, ao mesmo tempo, inteligente, culta, instruída nas ciências e, ao mesmo tempo, ter fé em Deus. Ora, por que isso seria uma impossibilidade? Porquê este tipo de ateu afirma que a ciência e a razão são contrárias à fé em Deus. Se isso é verdade, o ônus da prova cabe a este tipo de ateu, pois eles acreditam que uma pessoa inteligente não pode ser cristã. Mas qual o problema com esta linha de raciocínio? Para começar ela é mentirosa, pois muitos intelectuais, cientistas, pensadores do passado e do presente creem em Deus! (Veja a lista acima). Ou seja, o cristianismo não tem necessidade de provar nada, pois afirma que, apesar de todas as evidências e da compatibilidade entre fé cristã, ciência e razão, sua doutrina se fundamenta na fé. O ateísmo também é um tipo de crença, e na minha opinião, não precisa provar nada, pois é uma crença. No entanto, a partir do momento que o ateísmo (ou melhor, alguns ateus) passa a afirmar que a fé em Deus não é compatível com a ciência e a razão, ele deve provar o que afirma, pois há provas incontestáveis de que pessoas inteligentes creem em Deus.
Conclusão: Ser uma pessoa racional e crer em Deus não é apenas possível; é comum!
sábado, 3 de outubro de 2015
Ex-Diretor do "Projeto Genoma Humano" explica os motivos do abandono do ateísmo
Francis Collins (Ex-Diretor do Projeto Genoma Humano), em uma entrevista, explica as razões pelas quais fora ateu a maior parte de sua vida, mas, já adulto e cientista conceituado, se convenceu de que há Deus!
E tem gente que continua afirmando que fé em Deus é coisa de ignorante. Na verdade, é necessário ter muita fé para ser ateu - e é necessário uma superstição grosseira para achar que crer em Deus é coisa de gente que não pensa.
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
Por que os teólogos não param de fazer teologia?
Por que os teólogos não param de fazer teologia? Se a fé cristã é verdadeira, por que os cristãos continuam a refletir sobre a doutrina, de geração em geração? Quando esta tarefa vai acabar?
Deus não cabe numa doutrina. Deus não cabe numa caixa. Deus não cabe num sistema fechado de teologia. No entanto, a Palavra de Deus nos diz o seguinte: `santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós` (1Pe 3.15). Deus é tão grande que não cabe nem mesmo na Bíblia! (Jo 21.25). Nem mesmo a Bíblia esgota a Deus. A Bíblia não nos diz tudo o que se pode ser dito sobre Deus, mas tudo aquilo que precisamos conhecer sobre Deus.
Nós devemos estar preparados a dar a razão da nossa fé, expressando a mensagem do Evangelho numa linguagem em que as pessoas possam compreender. A Palavra de Deus não muda, mas a cultura, os valores, a linguagem, enfim, as pessoas mudam. Por isso, devemos sempre refletir sobre a Palavra de Deus em novos contextos, para desfrutar do seu conhecimento e poder anunciá-la.
As doutrinas que refletem a revelação que Deus faz de si mesmo são boas, necessárias e saudáveis. Enquanto vemos em parte (1Co 13.8-12) vamos continuar fazendo teologia, cantando teologia, respirando teologia, até Aquele Dia, em que Deus será tudo em todos (1Co 15.20-28).
Os teólogos continuam fazendo teologia pelo mesmo motivo que os poetas e cantores continuam falando e cantando sobre o amor: ele é inesgotável, sempre novo, surpreendente, arrebatador! Os teólogos continuam fazendo teologia porque Deus é amor!
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
Estamos chegando aos 60.000 acessos!
Estamos chegando aos 60.000 acessos. Obrigado a todos pelo carinho.
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
A Graça nos dá tudo e exige tudo - Lc 14.15-35
No Evangelho segundo Lucas, o bloco que vai de 9.51 a 18.14 narra a subida de Jesus para Jerusalém. Neste bloco está incluído o nosso texto, Lc 14.15-35. Para entender nosso texto, precisamos entendê-lo à luz do capítulo 14.
Lucas 14.1-6 narra a cura de um hidrópico num sábado, enquanto Jesus comia na casa de um fariseu (participava de um banquete). Os demais textos do capítulo 14 tem ligação com esta passagem. Um doente era considerado pela teologia tradicional como alguém que está debaixo da ira de Deus e, portanto, não tem a mesma dignidade religiosa de uma pessoa sã.
Após curar o hidrópico, e deixar claro que Deus acolhida aquele homem, em Lc 14.7-14 Jesus propõe uma parábola ou comparação: quando você for à um banquete, seja humilde e escolha o último lugar, para não correr o risco do anfitrião pedir para você ceder o lugar para um convidado mais digno que tu. Por outro lado, escolhendo o último lugar, você pode até ser honrado pelo anfitrião, caso peça para que você se assente num lugar melhor. Os escribas e fariseus religiosos não podiam continuar achando que no banquete do Reino de Deus eles eram melhores que os doentes! Não podemos nos considerar melhores que os outros!
Em Lc 14.15-24 Jesus continua no tema do banquete a partir de uma outra parábola. Um homem ofereceu um grande banquete e convidou a muitos. Chegando a hora do banquete, o anfitrião envia seu servo para avisar aos convidados que a hora da grande ceia havia chegado. Mas os convidados começam a declinar do convite, dando as mais diversas desculpas: comprei um campo, uma junta de bois, casei... O anfitrião se enche de ira (v. 21), e envia seus servos para convidarem os marginalizados: pobres, aleijados, cegos e coxos (como o hidrópico!). Havendo ainda lugar, manda chamar os que estão pelos caminhos e atalhos. Jesus, então, declara que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia! Enquanto os doentes, pobres e marginalizados participariam do banquete, os primeiros convidados, representados pelos escribas e fariseus, estavam se esquivando do convite! Até mesmo os gentios entrariam!
Finalmente, chegamos ao nosso texto, Lc 14.25-35. O texto tem uma relação clara com todo o restante do capítulo. Jesus veio e pregou a todos o Reino de Deus, exortando para que cada um se arrependa dos seus pecados e se submeta ao Rei. O Reino de Deus é o reinado de Deus sobre toda a criação. No Reino de Deus há espaço para apenas um Rei: o próprio Deus. Neste reino, todos se tornam servos de Deus.
Jesus dirige a palavra às multidões que o acompanhavam, e faz uma afirmação fundamental:
"Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo (...). Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo" (Lc 14.26-27,33).
O que é um discípulo? Ora, "Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos" (At 11.36c). Um discípulo é alguém que crê em Jesus Cristo e o segue no caminho da cruz.
Os Evangelhos são narrativas que apontam para a cruz e a ressurreição de Jesus. A maior parte dos evangelhos narram a atividade de Jesus em direção à Jerusalém e a última semana em Jerusalém, onde foi crucificado e ressuscitou ao terceiro dia. Jesus veio para nos reconciliar com Deus.
Deus nos criou com amor à sua imagem e semelhança. O ser humano deveria refletir na criação o amor e a justiça de Deus (Gn 1-2). No entanto, o homem pecou. E o que é o pecado original? Não é comer maçã, mas é querer ser como Deus e reinar no seu lugar. É isso que o primeiro casal fez quando, ao invés de dar ouvidos às palavras amorosas e cuidadoras de Deus, quis ser o próprio rei e fazer a sua própria vontade. Querendo ganhar a própria vida, a perderam! O pecado gerou 4 grandes crises de relacionamento no ser humano: a crise teológica (relação com Deus); a crise psicológica (relação consigo mesmo - auto-estima); a crise sociológica (relação com o próximo) e a crise ecológica (relação com o restante da criação de Deus). Jesus é o único ser humano que superou todas estas crises, viveu sem pecado, se submeteu completamente ao reinado de Deus, e assim pode assumir na cruz os nossos pecados, para que pudéssemos assumir a sua justiça. A graça de Deus é a manifestação do seu amor incondicional. Nós não podemos fazer nada para merecer a salvação que há em Cristo Jesus. No entanto, a graça não é uma "graça barata"; a salvação não é "de graça", mas sim "pela graça", pois Jesus pagou um alto preço. Por este motivo, o caminho da graça é a fé, que não é a capacidade em acreditar em doutrinas, mas é uma relação nova de confiança e fidelidade com Deus. A graça nos dá tudo, mas exige tudo! O cristão, o discípulo de Jesus, é alguém que, pela graça de Deus, tem seus pecados perdoados e é transformado pela glória de Deus para viver uma relação nova com Deus, na qual se submete à Ele por amor e gratidão - mas se submete à Ele! Quem está na graça faz a vontade de Deus (Mt 7.21-23)! Por isso, crer em Cristo é se abrir para a graça maravilhosa de Deus, que nos leva à uma relação nova com Deus: amor a Deus acima de todas as coisas (Mt 22.34-40), ou seja, amor que se entrega, que serve, que se submete (1Co 13.4-7). A graça de Deus nos dá tudo (amor, fé, paz, perdão), mas exige tudo (amor a Deus acima de tudo e de todos).
A todos aqueles que querem ser cristãos, Jesus dá um conselho importante: antes de se tornar discípulo, calcule os custos (vv. 28-32)! Antes de construir uma torre ou sair em guerra com outro rei, devemos refletir se temos recursos suficientes para terminar o que começamos com êxito. Do mesmo modo, quem quer se tornar cristão deve entender que a graça de Deus custa nada mais nada menos que TUDO! É como a parábola do tesouro escondido: "O reino de Deus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo" (Mt 13.44). O homem encontrou um tesouro maravilhoso! Tudo o que ele tinha era pouco, comparado com aquele tesouro. Por isso vai, entrega tudo o que tem para ficar com o tesouro. Nada ou ninguém é adequado para ocupar o trono da sua vida - inclusive você mesmo. Nós fomos criados para Deus e a nossa vida só será vida em conexão com Deus. Mas Deus é o Rei do seu Reino. Ele nos dá tudo, mas exige tudo! Isso não significa que você deva deixar de amar a sua família ou dar todo o seu dinheiro para alguma igreja, muito pelo contrário. Você deve amar a Deus de tal modo que vai amar a sua família, seus amigos e mesmo os seus inimigos. Deus te ama e te chama para amá-lo acima de todas as coisas. Deus cuida de ti e te chama para cuidar do outro. Deus te perdoa e te chama para perdoar.
Jesus, o Filho de Deus feito homem, entregou tudo ao Pai. Nós, seus discípulos, devemos fazer o mesmo. Cruz é a negação da própria vontade para fazer a vontade de Deus.
"Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á" (Mt 10.39).
Cristão que não ama a Deus acima de tudo, que não se entrega a Deus numa relação nova de amor e gratidão em Cristo, é sal que não salga. A graça de Deus nos dá tudo e exige tudo. Tudo é pequeno demais diante de uma graça tão grande.
Fonte da imagem: http://i0.wp.com/www.consulte-teologia-aluzdabiblia.net/wp-content/uploads/2015/09/depositphotos_23760635-Jesus-Christ-carrying.jpg
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
10 Medidas contra a Corrupção
O Projeto de Lei dispõe sobre propostas legislativas para aprimorar a prevenção e o combate à corrupção e à impunidade. As medidas estão consolidadas em 20 anteprojetos de lei e buscam, entre outros resultados, evitar a ocorrência de corrupção (via prestação de contas, treinamentos e testes morais de servidores, ações de marketing/conscientização e proteção a quem denuncia a corrupção), criminalizar o enriquecimento ilícito, aumentar penas da corrupção e tornar hedionda aquela de altos valores, agilizar o processo penal e o processo civil de crimes e atos de improbidade, fechar brechas da lei por onde criminosos escapam (via reforma dos sistemas de prescrição e nulidades), criminalizar caixa dois e lavagem eleitorais, permitir punição objetiva de partidos políticos por corrupção em condutas futuras, viabilizar a prisão para evitar que o dinheiro desviado desapareça, agilizar o rastreamento do dinheiro desviado e fechar brechas da lei por onde o dinheiro desviado escapa (via ação de extinção de domínio e confisco alargado). A íntegra das medidas e suas justificativas também podem ser encontradas no site:
www.10medidas.mpf.mp.br
A IPI do Brasil está apoiando esta iniciativa. Nenhum membro da igreja é obrigado a assinar. Todos os que acreditam que o projeto é importante para que vivamos em um país melhor tem o dever de assinar.
Se você quiser imprimir o abaixo assinado e recolher assinaturas, deve tomar o cuidado de preencher todos os campos e, ao final, entregar ao Ministério Público Federal da sua cidade. A ficha pode ser encontrada em:
http://www.dezmedidas.mpf.mp.br/
(1) Fonte da informação:
http://sindjufe-mt.jusbrasil.com.br/noticias/2925465/o-preco-da-corrupcao-no-brasil-valor-chega-a-r-69-bilhoes-de-reais-por-ano)
sexta-feira, 22 de maio de 2015
Estruturas Literárias Surpreendentes (Gênesis)
A Bíblia é um livro surpreendente. Hoje eu gostaria de compartilhar com vocês algumas estruturas impressionantes no livro de Gênesis.
Numa primeira leitura, o texto parece ser meio caótico, sem muita organização. Mas à medida que o estudamos, nos extasiamos com a sua mensagem, com sua influência em tudo que nos cerca (literatura, filosofia, pintura, música, cinema...), bem como nas estruturas literárias. Vamos apresentar abaixo as estruturas fundamentais do livro do Gênesis (1).
1) Da Criação aos Patriarcas (Gênesis 1.1-11.32)
As letras no início das linhas apontam para os temas paralelos nas letras correspondentes (ex: A - A'; B - B'; etc.). Esta é uma estrutura alternante, em 7 divisões binárias.
A História da criação: primeiro início; bênção divina (1.1-2.3)
B Pecado de Adão: nudez; ver/cobrir nudez; maldição (2.4-3.24)
C Nenhum descendente ao jovem assassinado; Abel, filho justo (4.1-16)
D Descendentes de Caim, filho pecaminoso (4.17-26)
E Descendentes de Sete, filho escolhido: dez gerações de Adão a Noé (5.1-32)
F Ruína: união ilícita (6.1-4)
G Breve introdução a Noé (6.5-8)
A' História do dilúvio: reversão da criação; novo início; bênção divina (6.9-9-19)
B' Pecado de Noé: nudez, ver/cobrir nudez; maldição (9.20-29)
C' Descendentes do mais jovem; Jafé, filho justo (10.1-5)
D' Descendentes Cam, filho pecaminoso (10.6-20)
E' Descendentes de Sem, filho escolhido: dez gerações de Noé a Terá (10.21-32)
F' Ruína: união rebelde - Torre de Babel (11.1-9)
G' Breve introdução de Abraão, por meio de quem Deus abençoará a humanidade (11.27-32)
Compare as letras (A - A'; B - B'; etc.). É surpreendente!
2) Ciclo de Abraão (Gênesis 11.27-22.24)
Esta é uma estrutura concêntrica, ou seja, as extremidades se encontram, até chegar ao centro do texto (seu clímax). Estrutura em 6 divisões binárias.
A Genealogia de Terá (11.27-32)
B Promessa de um filho e começo da odisséia espiritual de Abração (12.1-9)
C Abraão mente acerca de Sara; o Senhor a protege no palácio estrangeiro (12.10-20)
D Ló se estabelece em Sodoma (13.1-18)
E Abraão intercede por Sodoma e por Ló com força militar (14.1-24)
F Aliança com Abraão; anúncio de Ismael (15.1-16.16)
F' Aliança com Abraão; anúncio de Isaque (17.1-18.15)
E' Abraão intercede por Sodoma e por Ló em oração (18.16-33)
D' Ló foge de Sodoma destruída e se estabelece em Moabe (19.1-38)
C' Abraão mente acerca de Sara; Deus a protege em palácio estrangeiro (20.1-18)
B' Nascimento do filho e clímax da odisséia espiritual de Abraão (21.1-22.19)
A' Genealogia de Naor (22.20-24)
3) Ciclo de Jacó (Gênesis 25.19-35.22)
Outra estrutura concêntrica. Estrutura em 6 divisões binárias.
A Busca de oráculo; luta no parto; nasce Jacó (25.19-34)
B Interlúdio: Rebeca em palácio estrangeiro; pacto com estrangeiros (26.1-35)
C Jacó teme Esaú e foge (27.1-28-9)
D Mensageiros (28.10-22)
E Chegada em Harã (29.1-30)
F Esposas de Jacó são férteis (29.31-30.24)
F' Rebanhos de Jacó são férteis (30.25-43)
E' Fuga de Harã (31.1-55)
D' Mensageiros (32.1-32)
C' Jacó regressa e teme Esaú (33.1-20)
B' Interlúdio: Diná em palácio estrangeiro; pacto com estrangeiros (34.1-31)
A' Oráculo cumprido; luta em parto; Jacó se torna Israel (35.1-22)
4) Ciclo de José (Gênesis 37.2-50.26)
Outra estrutura concêntrica. Estrutura em 7 divisões binárias.
A Introdução: início da história de José (37.2-11)
B Jacó pranteia a "morte" de José (37.12-36)
C Interlúdio: Judá designado líder (38.1-30)
D Servidão de José no Egito (39.1-23)
E José, salvador do Egito por meio de desaprovação na corte de Faraó (40.1-41.57)
F Viagem dos irmãos ao Egito (42.1-43.34)
G Irmãos de José passam no teste de amor por ele (44.1-34)
G' José renuncia seu poder sobre os irmãos (45.1-28)
F' Migração da família para o Egito (46.1-27)
E' José, salvador da família por meio do favor da corte de Faraó (46.28-47.12)
D' Servidão dos egípcios a José (47.13-31)
C' Interlúdio: Judá abençoado como líder (48.1-49.28)
B' José pranteia a morte de Jacó (49.28-50.14)
A' Conclusão: fim da história de José (50.15-26)
Bruce Waltke afirma que um dos temas centrais em Gênesis é o da "semente".
Ao criar o ser humano, Deus abençoa "a sua semente":
"E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra" (Gn 1.28).No jardim, o Senhor, se dirigindo à serpente, afirma:
"Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gênesis 3.15).Após o pecado, Gênesis começa a dar destaque aos "filhos de Deus", em contraste com os "filhos dos homens". Neste sentido, o destaque está para Adão-Sete-Noé, por um lado, e para Noé-Sem-Héber-Terá-Abraão-Isaque-Jacó-os 12 filhos de Jacó.
Não é por acaso que o primeiro ciclo (1.1-11.32) culmine nas figuras de Noé e Abraão, duas "sementes" por meio de quem Deus abençoará a humanidade.
O segundo ciclo (11.27-22.24) tem como centro a aliança e o anúncio do nascimento dos filhos de Abraão, com destaque para Isaque, o filho/semente da promessa.
O terceiro ciclo (25.19-35.22) está centralizado na afirmação da "fertilidade" tanto das esposas quanto do rebanho de Jacó.
O quarto ciclo (37.2-50.26) está centralizado nos 12 filhos de Jacó, ou ainda, no relacionamento de amor que serve, capaz de trazer reconciliação. A narrativa bíblica relaciona os 12 filhos de Jacó às 12 tribos de Israel, povo chamado para ser um "reino de sacerdotes" (Ex 19.1-6).
O tema da semente aponta para Cristo. Por um lado, a Igreja antiga leu Gn 3.15 como uma promessa cumprida em Jesus Cristo, que pisou a cabeça da serpente. Por outro lado, do mesmo modo que Deus salva Noé e sua família através do madeiro da arca, Cristo traz salvação a partir do madeiro da cruz. Além disso, a promessa de Deus para Abraão, de bênção a todas as nações/famílias da terra (Gn 12.1-3; 18.18) é cumprida em Jesus Cristo, "filho de Davi, filho de Abraão" (Mt 1.1; Gl 3.16). Por meio de Cristo, somos feitos filhos de Deus (Jo 1.12; Gl 3.26).
Gênesis é ou não um livro extraordinário? E pensar que ele foi escrito há milhares de anos, num contexto em que não havia computadores (que poderiam facilitar a sua edição), e as pessoas não dispunham de bibliotecas e métodos literários como nós temos hoje! Qual é o gênio literário que poderia escrever uma obra como esta? Mas o Gênesis faz parte de um texto maior, a Bíblia, e está inserido numa estrutura ainda maior. O Gênesis é fruto de uma grande inspiração!
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Fonte das Estruturas: Bruce K. WALTKE. Comentário do Antigo Testamento: Gênesis. São Paulo: Cultura Cristã, 2010, pp. 18-20.
sexta-feira, 8 de maio de 2015
Ela
Tive um sonho maravilhoso esta noite... Você estava nele!
Ouvi uma música linda... Ela dizia o seu nome!
Fui conversar com meus amigos... Eles me falaram de você!
Não resisti, fui à uma lanchonete e comprei você!
Eu te amo, barra de chocolate!
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Ourizona, Paraná, 1990.
O Confuso
Estou confuso,
Pois não sei se estou confuso.
Mas como não saber se estou confuso,
Se estou confuso?
Se estou confuso,
Sei que estou confuso,
E, se sei que estou confuso,
Não estou mais confuso;
Mas, como não estar confuso,
Se eu sei que estou confuso?
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Ourizona, Paraná, 1991.
sexta-feira, 1 de maio de 2015
A Igreja guarda o sábado ou o domingo? (síntese)
A Igreja Antiga, nos séculos I, II, III e IV, observava o sábado ou o domingo? Como muita gente tem preguiça de ler todo o post anterior e fica pedindo a base bíblica, estou postando hoje a base bíblica abreviada. O link do post completo está no final deste texto.
Você é judeu? Pois o primeiro gentio (não-judeu) crente em Atos dos Apóstolos é Cornélio que, juntamente com alguns familiares e amigos, recebem o Espírito Santo enquanto ouvem a pregação de Pedro (Atos 10). Alguns judeus cristãos "dispersos por causa da tribulação que sobreveio a Estêvão" chegaram até Antioquia, ondem começaram a evangelizar gentios, que se converteram a Cristo (Atos 11). Posteriormente, alguns judeus cristãos ligados aos fariseus passaram a afirmar que os gentios que se converteram a Cristo deveriam guardar a lei de Moisés: "Insurgiram-se, entretanto, alguns da seita dos fariseus que haviam crido, dizendo: É necessário circuncidá-los e determinar-lhes que observem a lei de Moisés"(Atos 15.5). Os Apóstolos e Presbíteros se reuniram em conselho e decidiram o seguinte: Não! Os cristãos não precisam guardar a lei de Moisés! Confira:
"Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais ilícitas; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Saúde" (Atos 15.28-29).Entre Atos 15.30 e Atos 18.6, o sábado é citado 3 vezes, não como prática cristã ou mandamento, mas como referência gratuita, uma vez que Paulo estava evangelizando judeus nas sinagogas, e os judeus iam às sinagogas no sábado; logo, quem guardava o sábado não era Paulo, mas os judeus que ele queria evangelizar na sinagoga (At 16.13; 17.2; 18.4). Destas 3 passagens, Atos 18.4 é a última vez que o sábado é citado em Atos, e você sabe por que? Porquê Paulo deixa de procurar os judeus e, a partir de então procurará apenas os gentios (Atos 18.1-6). Quando Paulo deixa de evangelizar judeus, ele deixa de ir na sinagoga aos sábados! Além disso, entre Atos 18.7 até o final do Apocalipse o sábado é citado apenas uma vez, em Colossenses 2.16-17, que afirma o seguinte: "Portanto, que ninguém faça para vocês leis sobre o que devem comer ou beber, ou sobre os dias santos, e a Festa da Lua Nova, e o sábado. Tudo isso é apenas uma sombra daquilo que virá; a realidade é Cristo". Ou seja, de Romanos a Apocalipse, o único texto bíblico que fala do sábado afirma que os cristãos não devem ser jugados por não guardar o sábado (apenas uma sombra que aponta para Cristo).
Você é judeu? Pois Paulo, que era judeu, não estava debaixo dos mandamentos da lei de Moisés, mas debaixo apenas da graça de Deus em Cristo (Romanos 6.14-15). Veja o testemunho de Paulo a respeito:
"Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça. E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? De modo nenhum!" (Rm 6.14-15),
"Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus; para os que vivem sob o regime da lei, como se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os que vivem debaixo da lei, embora não esteja eu debaixo da lei. Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar os que vivem fora do regime da lei." (1Co 9.20-21).
Quem está debaixo da lei está debaixo de maldição, pois está obrigado a guardar toda a lei sem falha alguma:
"Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las" (Gl 3.10).
Agora, se por um lado, o único verso que fala do sábado entre Romanos e Apocalipse fala contra o sábado (Cl 2.16-17), o Novo Testamento testemunha que os cristãos observavam o domingo não como dia de descanso, mas como dia especial de celebração do culto e da Ceia do Senhor:
Evangelhos e Atos
- Lc 24.13-35 (Os discípulos no caminho de Emaús). Jesus ressuscita num domingo, e "naquele mesmo dia" se encontra com dois discípulos, lhes anuncia o Evangelho e celebra com eles a Ceia do Senhor. A partir de então, a celebração da Ceia do Senhor passa a ser uma prática dominical.
- Jo 20.19-29 (Relatos do encontro do Ressuscitado com seus discípulos). Jesus ressuscita em um domingo e aparece aos seus discípulos no domingo da ressurreição e ao oitavo dia (Jo 20.26), ou seja, no próximo domingo! Três aparições em oito dias, e todas no domingo.
- At 2.1-4. Os discípulos reunidos receberam o dom do Espírito "ao cumprir-se o dia de Pentecoste", ou seja, após o 50º dia depois da Páscoa, ou seja, um domingo - inferência provável segundo Allmen (Allmen:1968, p. 265).
- At 20.7-12. Testemunho da prática da Igreja primitiva em celebrar a Ceia do Senhor no domingo, o "primeiro dia da semana".
Epístolas
- 1Co 16.1-4. Quando Paulo fala das normas que deu para as igrejas da Galácia sobre a coleta para a Igreja de Jerusalém, e que agora dá as mesmas normas para as igrejas em Corinto, o apóstolo afirma que estas deveriam ser feitas "no primeiro dia da semana", por uma razão óbvia: era o dia em que a Igreja se reunia para o culto a Deus e a celebração da Ceia do Senhor. Caso contrário, não faria sentido estabelecer o domingo como dia da coleta, caso os cristãos não estivessem reunidos!
Se não bastasse, a literatura cristã dos séculos I, II, III e IV testemunham que, desde o período em que o Novo Testamento estava sendo escrito, os cristãos, inclusive judeus (a exemplo de Paulo) observavam o domingo como dia especial de culto de celebração da Ceia do Senhor, e não o sábado.
Para ler o texto completo, clique no link abaixo:
http://marcio-marques.blogspot.com.br/2014/11/a-igreja-antiga-sabado-ou-o-domingo.html
terça-feira, 21 de abril de 2015
Deus, Bíblia e Estado Laico: a ignorância está reinando no país!
INTRODUÇÃO
A ignorância, a insensatez e o preconceito estão reinando no nosso país!
Recentemente, uma Lei Municipal de Florianópolis e uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que partiu do Rio Grande do Sul trouxeram polêmica sobre a relação entre Deus, a Bíblia e o Estado Laico.
1) LEI N. 9734, de 11/03/2015, da Câmara Municipal de Florianópolis. Abaixo, a transcrição da referida lei:
"Art. 1º Ficam as unidades escolares públicas e privadas de ensino fundamental e médio obrigadas a manter em suas bibliotecas Bíblias para consulta de seus alunos. Parágrafo único. Os exemplares deverão ficar em local de destaque, sendo disponibilizados na forma impressa, em braile e áudio. Art. 2º Durante a semana que antecede o Dia do Livro, será permitido a instituições que assim desejarem distribuir exemplares da Bíblia nos pátios da escola, desde que acordado previamente com a direção escolar. Art. 3º As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas, se necessário. Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação".Esta lei municipal foi considerada inconstitucional e suspensa, liminarmente, pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
COMENTÁRIO. A lei foi proposta pelo Vereador Jerônimo Alves (PRB), bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Eu sou cristão, mas esta lei é um abuso, pelos seguintes motivos:
a) Político "cristão" - ou que se afirma cristão, apesar de não sê-lo - deveria buscar o bem de toda a sociedade, e não ficar procurando privilégios para "a categoria". Aliás, isso vale também para políticos ligados à este ou aquele setor da economia, sindicatos, regiões, filosofias, ideologias, etc. O alvo do Estado deveria ser, acima de tudo, o bem-estar do povo, e não instrumentalizar a máquina para fins ideológicos.
b) O Estado é laico, ou seja, não é controlado por nenhuma religião. Isso não significa, é claro, que o Estado laico seja anti-religioso ou ateu - o que seria um grande absurdo. O Estado laico é uma contribuição da Reforma Protestante, e visa garantir a liberdade de religião e de culto para todos, inclusive para aqueles que acreditam que não há Deus. Sendo assim, usar de sua influência política para criar uma lei que coloque a Bíblia "em local de destaque, sendo disponibilizados na forma impressa, em braile e áudio", em bibliotecas de escolas públicas e privadas, é um abuso.
c) Sobre a permissão para que escolas permitam a distribuição de Bíblias, não penso que haja necessidade de lei para isso, até porque o Estado Laico é o defensor da liberdade de religião e culto, de modo que a literatura religiosa possa ser distribuída fora da escola, sem problemas. Por outro lado, me preocupa a tendência em muitos lugares de repressão a entidades preocupadas em distribuir literatura religiosa nas ruas, inclusive fora de escolas - um atentado à liberdade de religião e culto.
d) Concordamos com o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, que suspendeu a lei liminarmente. Só não concordamos que o episódio seja utilizado indevidamente para privar os cidadãos da liberdade de religião e de culto, garantidos pela constituição, ou que a noção de "Estado Laico" seja exagerada e utilizada como instrumento de perseguição religiosa.
Agora, expressão igualmente grande de ignorância e intolerância seria a falta de Bíblia nas escolas, sejam estas escolas municipais, estaduais, municipais ou mesmo privadas, por um motivo óbvio: a cultura, a filosofia, as leis, a arte, enfim, toda forma de expressão humana está repleta de referências à Bíblia no ocidente - e não apenas no ocidente. Se você quer estudar a sério filosofia (Blaise Pascal, Kierkgaard, Agostinho, Tomás de Aquino, Leibniz, John Locke, etc.), precisa entender que a Bíblia está presente através de temas, citações, reminiscências, etc. Quer estudar música clássica? Pois para conhecer o pano de fundo das obras de Handel, Vivaldi, Bach, Chopin, Mozart, Beethoven, etc., você precisa conhecer a Bíblia. Quer estudar ciência? Pois muitos dos grandes cientistas da história não apenas criam em Deus e liam a Bíblia, como alguns escreveram tratados e apologias à fé cristã, tais como Blaise Pascal, Isaac Newton, Roger Bacon, Robert Boyle, Stephen Hales, John Mitchell, George Mendel, Francis Collins, etc. Você gosta de literatura, poesia e teatro? Pois as obras dos grandes poetas, compositores e escritores da história estão repletas de referências à Bíblia: Machado de Assis, Fiodor Dostoievski, Augusto dos Anjos; William Shakespeare, Vinícius de Moraes, John Milton, Olavo Bilac, Charles Dickens, Camões, Dante Alighieri, José Saramago, Oscar Wilde, Eça de Queirós, Thomas Mann, etc. A Bíblia não deve estar nas bibliotecas por força de uma lei tola. A Bíblia deve estar presente em todas as escolas por uma questão de bom senso, inteligência e lucidez, devido, ao menos, ao seu excelente valor literário, bem como à sua influência extraordinária em tudo o que nos cerca! Nenhuma pessoa, religiosa ou não, é verdadeiramente culta se não conhece a Bíblia!
Ou seja, político "cristão" abusar de sua posição para obrigar bibliotecas a colocar a Bíblia em destaque por força de lei é um verdadeiro abuso. Por outro lado, uma biblioteca sem ao menos alguns exemplares da Bíblia, diante da sua importância na literatura, filosofia e cultura, seria um verdadeiro atestado de estupidez!
2) PEC 12/2015, assinada por 172 deputados federais. Proposta: Que o parágrafo único do Art. 1o da Constituição Federal seja alterada da seguinte maneira:
Forma atual:
"Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição".Proposta:
"Todo o poder emana de Deus, que o exerce de forma direta e também por meio do povo e de seus representantes eleitos, nos termos desta Constituição".
COMENTÁRIO. Esta PEC foi "batizada" de "PEC dos Apóstolos". Digo novamente: políticos "cristãos" não deveriam abusar da sua posição para conceder privilégios aos cristãos, em detrimento dos demais. E isso vale para todos os demais. Para que alterar o texto da constituição? Se os deputados que assinaram esta PEC começassem a lutar contra a corrupção e contra o desperdício de recursos públicos (inclusive para os próprios gabinetes), já teriam honrado muito mais a Deus que esta manobra política tola, para atrair a opinião pública.
CONCLUSÃO
Os maiores inimigos da fé cristã são os maus cristãos, ou mesmo os falsos cristãos que querem atrair a atenção dos cristãos com propostas populistas ridículas. Vão se arrepender dos seus pecados (especialmente a corrupção e a manutenção de privilégios imorais) senhores vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais e senadores, e assim vão honrar muito mais a Deus!
Do mesmo modo, leis que obrigam que a Bíblia seja colocada em posição de destaque em bibliotecas é um verdadeiro abuso. Por outro lado, a ausência de Bíblias nas bibliotecas é um atestado de preconceito e ignorância!
Muita gente tem usado a expressão "Estado Laico" para justificar a ausência de símbolos religiosos em repartições públicas, escolas e universidades públicas. E isso é um absurdo! Estado Laico não é Estado Ateu ou Anti-religioso.
É sempre bom lembrar o que diz a própria constituição federal:
"VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei" (Constituição Federal, Art. 5º, incisos VI, VII e VIII).
Que Deus tenha misericórdia de todos nós, religiosos, ateus e agnósticos!
segunda-feira, 20 de abril de 2015
Qual o grupo religioso mais perseguido no mundo de hoje?
"Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós" (Mateus 5.10-12)
Você sabia que os cristãos são o grupo religioso mais perseguido do mundo? Você sabia que hoje morrem mais cristãos fruto de perseguição religiosa que na época do Império Romano? Assista ao vídeo acima e confira!
domingo, 19 de abril de 2015
A Marcha dos Mortos
"Aquele que faz injustiça receberá em troco a injustiça feita; e nisto não há acepção de pessoas" (Colossenses 3.25).
Este é um vídeo da banda "Seminovos". Sempre atual.
"Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda; então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me. E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos? Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer. E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna" (Mateus 25.31-46).
Partidários do PT: o pior inimigo do seu partido, do povo e do país é você, que acha que o demônio é o outro e não denuncia a injustiça do seu próprio grupo.
Partidários do PMDB: o pior inimigo do seu partido, do povo e do país é você, que acha que o demônio é o outro e não denuncia a injustiça do seu próprio grupo.
Partidários do PSDB: o pior inimigo do seu partido, do povo e do país é você, que acha que o demônio é o outro e não denuncia a injustiça do seu próprio grupo.
Partidários do PSOL: o pior inimigo do seu partido, do povo e do país é você, que acha que o demônio é o outro e não denuncia a injustiça do seu próprio grupo.
sexta-feira, 17 de abril de 2015
A Criação (Gênesis 1.1-2.4a)
Introdução
Que tipo de texto (gênero literário) é Gênesis 1.1-2.4a? Trata-se de uma linda poesia, anunciando a bondade, o amor e a sabedoria do Criador!
A Bíblia chama o universo de criação, pois ele é obra do Deus Criador. O primeiro verso da Bíblia fala do Deus Criador em sua obra de criação:
“No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1).Ora, no seu primeiro verso a Bíblia afirma a fé no único Deus verdadeiro, Criador dos céus e da terra, e nega uma série de doutrinas :
a) Nega o ateísmo (crença de que "não há Deus"); b) Nega o agnosticismo (crença de que "não é possível saber se há ou não Deus"); c) Nega o politeísmo (crença de que há "vários deuses"); d) Nega o panteísmo (crença de que "tudo é deus" – confundindo Criador com criatura) e o henoteísmo (crença de que "há um deus principal que governa sobre outras divindades"); e) Nega o materialismo (crença na "eternidade do tempo e da matéria").
[CURIOSIDADE: Durante séculos, os filósofos em geral afirmaram a eternidade do tempo e da matéria, em contraste com a afirmação da Bíblia (e de alguns teologia/filósofos cristãos, como Agostinho de Hipona) segundo a qual o tempo e a matéria começaram a surgir num ponto específico, “no princípio”. Esta noção cristã foi confirmada pela Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, que afirma que tempo e espaço não apenas não são lineares, mas tiveram uma origem, naquilo que se convencionou chamar de “Big Bang”].
1) O Deus Criador é o Deus Triúno (Uno e Trino)
A Bíblia afirma que há apenas um Deus verdadeiro, criador dos céus e da terra. O Criador é o único Deus, mas subsiste em três pessoas: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. A Trindade já pode ser vista nos dois primeiros capítulos do livro de Gênesis: Deus, o Pai, cria todas as coisas através de do Filho, o Verbo (Palavra) de Deus, e dá a vida a todas as criaturas através do Espírito Santo. Compare Gn 1.1-5 a Jo 1.1-5!
“No princípio, criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas. Disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas. Chamou Deus à luz Dia e às trevas, Noite. Houve tarde e manhã, o primeiro dia” (Gênesis 1.1-5).
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevalecem contra ela” (João 1.1-5).O Deus único e verdadeiro, criador dos céus e da terra, é o Deus Triúno: Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo. E Deus é por nós: Deus, o Pai, é Deus a nosso favor; Deus, o Filho, é Deus conosco ("Emanuel"); Deus, o Espírito Santo, é Deus em nós.
Como diria Agostinho de Hipona, Deus é amor, pois é o Amante (Pai), o Amado (Filho) e o Amor (Espírito). Não há na Trindade dominação, opressão, conflito. Deus é amor; é comunhão plena e perfeita!
Deus é pleno em si mesmo, mas é Amor; por isso, resolveu criar algo além de si mesmo, para amar! Deus criou o universo para amar!
2) A Criação e o Criador (vv. 1-31)
Gênesis 1.1-2.4a não tem por objetivo descrever “como” Deus criou, mas sim “por quê” e “para quê” (propósito) Deus criou.
Antes de criar o ser humano, Deus cria tudo aquilo que o homem precisa para viver. Mas o centro do relato da criação em Gn 1.1-2.4a não é o ser humano, mas o próprio Deus:
Dia | Obras da criação | Versos | Ligações |
1º | Luz | (v. 3) | (A) Deus |
2º | Firmamento | (vv. 4-8) | (B) Céu e Águas |
3º | Terra e mares | (vv. 9-10) | (C) Terra |
Plantas | (vv. 11-13) | ||
4º | Luzeiro maior, luzeiro menor, estrelas | (vv. 14-19) | (A’) Deus |
5º | Aves e Peixes | (vv. 20-23) | (B’) Céu e Águas |
6º | Animais | (vv. 24-25) | (C) Terra |
Ser Humano | (vv. 26-31) | ||
7º | Sábado | (2.1-4a) | (A’’) Deus |
O 3º dia está ligado ao 6º dia, com o tema “Terra”: antes de criar os animais e o ser humano, é necessário criar o seu habitat, ou seja, separar a terra seca repleta de plantas, de um lado, dos mares, de outro.
O 1º dia, o 4º dia e o 7º dia estão ligados pelo mesmo tema: Deus. Este é o eixo mais importante, pois inclui o início, o fim e o meio da narrativa!
Ora, a luz do primeiro dia não vem do sol, da lua ou das estrelas, ou seja, não vem dos corpos celestes, criados apenas no 4º dia. A luz que ilumina a criação é a luz que emana do próprio Deus! (leia novamente, para ilustrar, Gn 1.1-5 juntamente com Jo 1.1-5!).
Além disso, o sol, a lua e as estrelas testemunham que há apenas um Deus! Os vizinhos de Israel, e inclusive os babilônios, adoravam o sol e a lua, considerando-os deuses. A palavra sol, em hebraico shemesh (שֶׁמֶשׁ ), era o nome de um deus pagão. Ao chamar o “Sol” de “luzeiro maior” e a “Lua” de luzeiro menor, a Bíblia está evitando a identificação dos astros com divindades pagãs, pois está afirmando que não se tratam de deuses, mas de corpos celestes criados pelo único Deus Criador. Assim, a criação do Sol, da Lua e das estrelas é a afirmação de que os corpos celestes não são deuses, mas o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. Só o SENHOR é Deus; o resto é ídolo! (cf. Dt 4.19)
Finalmente, o 7º dia fala de Deus: É o Criador quem descansa no 7º Dia, e não o ser humano. Este eixo deixa claro que o centro da criação não é o ser humano, mas o Criador! Tudo pertence a Ele! Ora, “porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Rm 11.36). É por isso que o Catecismo Maior de Westminster declara com toda a clareza:
“Pergunta 1. Qual é o fim supremo e principal do homem? Resposta: O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre” .
O personagem central dos relatos da criação não é o ser humano criado, mas o Deus Criador!
Muita gente procura encontrar em Gênesis 1.1-2.4a uma descrição científica da origem do universo. Acredito que o propósito do relato não seja dizer “COMO” o universo foi criado, mas sim “POR QUEM” e “PARA QUÊ”. Ou seja, a questão não é “como” Deus criou. Foram em 7 dias? Mas como, se o que define a duração de um dia é o movimento de rotação da terra em relação ao próprio eixo, em relação ao sol (que só foi criado no 4º dia?). Além disso, algumas sequencias do primeiro relato da criação não entram em acordo como segundo relato da criação em Gn 2.4ss. Por exemplo: enquanto no primeiro relato as plantas foram criadas antes do ser humano, no segundo relato o ser humano foi criado antes das plantas (Gn 2.4-9)! Enquanto o primeiro relato não faz distinção entre a sequência da criação do macho e da fêmea (Gn 1.26-27), o segundo relato narra a criação do macho antes da fêmea (Gn 2.7-25)! Enquanto no primeiro relato tudo é criado pela Palavra de Deus, inclusive o ser humano (Gn 1.26-27), no segundo relato o macho é formado a partir do barro e do sopro de Deus (Gn 2.5-7), enquanto a mulher é formada a partir da costela do macho (Gn 2.21-22)! A própria Bíblia deixa claro que a pergunta "Como Deus criou?" não é tão importante para a fé, mas sim "Quem criou" e "Para quê criou".
Deus é único, mas plural; por isso, quando cria o ser humano à sua imagem e semelhança, o cria plural, macho e fêmea (Gn 1.26-27). Tanto o homem quanto a mulher são imagem e semelhança de Deus! Assim como as três pessoas da Trindade são o único Deus, o macho e a fêmea também se tornam uma só carne, pelo matrimônio.
O SENHOR Deus disse: "Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea" (Gn 2.18). Mas por que não convém que o homem esteja só? Porque Deus é amor, e criou o ser humano à sua imagem e semelhança. A antropologia afirma que o ser humano é, por natureza, duas coisas: social e religioso. Mas por que? Porque fomos criados para o outro, para relacionamentos plenos de amor e respeito, para a comunhão com Deus, com o próximo, consigo mesmo e, inclusive, com o restante da criação de Deus. Deus é amor, e o seu primeiro projeto para a humanidade é o matrimônio, a comunhão da família em comunhão com o Criador!
A pergunta "como Deus criou o universo?" é tema da ciência. A perguntas "Por quê" e "Para quê" Deus criou o universo são temas da fé cristã. Neste sentido, não há conflito necessário entre a fé e os desenvolvimentos da ciência, como é demonstrado no fato de que grandes cientistas da história eram cristãos (Roger Bacon, Nicolau Copérnico, Blaise Pascal, Robert Boyle, Isaac Newton, Stephen Hales, John Mitchell, Francis Collins, etc.)
3) O Ser Humano: imagem e semelhança do Criador (vv. 26-30)
Deus cria o ser humano à sua imagem e semelhança:
"Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra" (Gn 1.26-28).
Algumas pessoas afirmam que o problema ecológico é fruto do livro de Gênesis, pois Deus deu ao ser humano "domínio" sobre todos os animais. Na verdade, essa interpretação não corresponde ao texto bíblico. O SENHOR é bom, justo e criou todas as coisas com amor e sabedoria. Do mesmo modo, ao criar o ser humano, Ele o estabelece como sua imagem e semelhança, ou seja, como seu representante na criação, para expressar o seu amor, sua sabedoria e sua bondade. Isto fica claro também em Gênesis 2.15: "Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e guardar". "Cultivar" é desfrutar; "Guardar" é proteger, preservar. Deus não coloca o ser humano para destruir a criação, mas para cuidar dela!
Se é assim, por que o ser humano nem sempre preserva, mas destrói? Porque Deus é livre, e criou o ser humano livre para tomar decisões, para escolher entre o bem e o mal. Deus é bom, ordena o que é bom, mas não obriga o ser humano a ser bom, pois o criou com responsabilidade. E a verdadeira liberdade só é plena com verdadeira responsabilidade.
Quando Deus cria o ser humano à sua imagem e semelhança (Gn 1.27), Ele não cria apenas o macho, mas também a fêmea à sua imagem e semelhança. Deus está acima das relações de gênero. Além disso, a pluralidade na trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) é expressa na pluralidade dos gêneros masculino e feminino. O homem e a mulher são, igualmente, imagem e semelhança de Deus.
A criação só encontra sentido, luz, no Criador. Ele nos cria à sua imagem e semelhança para relacionamentos livres e saudáveis, bem como para expressar seu amor e justiça na criação. A criação glorifica o Criador, o único Deus verdadeiro. Ele é o centro de todas as coisas; não o ser humano! Nós, seres humanos, criados à imagem e semelhança de Deus, somos chamados à um relacionamento de vida com Deus, com o próximo, consigo mesmos e com o restante da criação de Deus. A Deus toda a glória!
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